terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sombras Eternas


A nova aventura da Companhia Negra promete ser ainda mais sombria que a primeira. Após ajudar a Dama a massacrar o movimento rebelde, o grupo de mercenários é encarregado de investigar e destruir um enigmático castelo que se expandiu misteriosamente na cidade de Zimbro. O que eles não imaginam é que no povoado também moram Corvo e Lindinha, dois antigos integrantes do grupo que guardam um poderoso segredo capaz de fortalecer a oposição contra a Dama de maneira decisiva. Agora Chagas, o cronista da Companhia, precisa proteger os antigos amigos e decidir a quem devotará sua lealdade ─ uma escolha que pode alterar os rumos do conflito para sempre.

sábado, 23 de novembro de 2013

Sonata do bardo 4

16º dia do 7º mês, Luvitas. Ano 1400.

Sabe quando tudo parece lento demais, até mesmo você? Por um momento é como se você estivesse fora do próprio corpo, assistindo de longe, vendo que aquele cara logo ali ─ que é você ─ não se move tão rápido quanto deveria. Sabe como é? 

É claro que não sabe, né? 

Pois eu digo: é estranho. 

Magia é um troço estranho. 

E aquele cara usou magia. Desgraçado.

Ele gritou:

─ Gente de Luvian! ─ E todos pararam, ouvindo. Pararam de dançar e rir. Os que comiam engoliram em seco sem fazer barulho. Crianças olharam para seus pais em interrogação muda e eles devolveram uma expressão de "fiquem quietos". Quando ele sentiu que tinha a atenção de todos, bradou: ─ O príncipe Hug, primogênito de nosso regente, foi morto dias atrás. Ele e alguns amigos. Assassinados, na verdade. Há três dias à sul daqui. E esse homem ─ apontou pra mim ─ é culpado, de modo que tenho aqui o mandato de prisão dele e sua trupe.

Eu poderia questioná-lo, certo? Eu e meus camaradas estávamos na cidade fazendo a festa deles. Éramos apenas músicos. Que prova ele teria além da própria palavra? Mas de algum modo eu me senti culpado, suor escorrendo pelas minhas costas, a boca secando. Fiquei mudo, as coisas se movendo devagar. Magia, desgraçado maldito, estava usando magia.

Ou talvez tenha sido só impressão minha, não era magia e na verdade aquele cara tinha um vozeirão de arauto. Talvez algo que comi não em fez bem, me deixando meio pesado. Fosse o que fosse, não importava muito agora.

O meu contratante, dono de Luvian, se aproximou com cuidado, esfregando as mãos gordas. Pediu cuidadosamente para ver o mandato. O mensageiro o mostrou e tornou a falar:

─ Eu estava junto. Sobrevivi ao ataque. Sou testemunha viva.

─ Senhor, não nos entenda mal ─ apressou-se o meu anfitrião, ou já devo considerá-lo inimigo? ─ eu os abriguei aqui para animar nossa festa. Não quis esconder nenhum tipo de criminoso.

─ É mentira ─ consegui dizer, nem com a metade da convição que eu deveria ter pra fazer minha defesa. Pelo canto do olho pude ver uma movimentação. Deveria ser homens de armas, os poucos guardas do local. Me pegariam primeiro e depois se importariam em saber o que eu teria a dizer.

Por isso, corri.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Poder da Espada

"Para quem já leu todos os clássicos de fantasia, gosto de indicar autores atuais. Apenas para começar, confira Joe Abercrombie. Você não vai conseguir parar de virar as páginas por um bom tempo, eu garanto..." ─ George R. R. Martin

Sand dan Glokta é um carrasco implacável a serviço da Inquisição de Sua Majestade. Nas mãos dele, os supostos traidores da Coroa admitem crimes, apontam comparsas e assinam confissões ─ sejam eles culpados ou não. Por ironia, Glokta é um ex-prisioneiro de guerra que passou dois anos sob tortura. 

Mas isso nunca teria acontecido se dependesse de Logen Nove Dedos. Ele jamais deixaria um inimigo viver tanto tempo. Só que isso foi antes. Agora ele está decidido a mudar. Não quer ser lembrado apenas por seus feitos cruéis e pelos muitos inimigos que se alegrarão com sua morte. 

Já a felicidade do jovem mulherengo Jezal dan Luthar seria alcançar fama e glória vencendo o Campeonato de esgrima, para depois ser recompensado com um alto cargo no governo que lhe permitisse jamais ter um dia de trabalho pesado na vida. Mas há uma guerra iminente e ele pode ser convocado a qualquer momento. Luthar sabe que, nos campos do Norte gelado, o embate segue regras muito menos civilizadas que as do esporte. 

Enquanto a União mobiliza seus exércitos para combater os inimigos externos, internamente se formam conspirações sanguinárias e um homem se apresenta como o lendário Bayaz, o Primeiro dos Magos, retornando do exílio depois de séculos. Quem quer que ele seja, sua presença tornará as vidas de Glokta, Jezal e Logen muito mais difíceis. Agora a linha que separa o herói do vilão pode ficar tênue demais.

domingo, 17 de novembro de 2013

Rhapsody Of Fire: Dark Wings Of Steel

Acredito que a ausência aumenta a afeição, ao menos na maioria dos casos. A banda Rhapsody Of Fire é um dos casos. Ausente nas minhas audições desde seu último disco, lançado em 2011, quando o líder da banda deixou o grupo. Nessa época houve o susto: "e agora, acabou Rhapsody Of Fire?". Pois era um baita exercício lúdico imaginar Rhapsody sem Luca Turilli e Turilli sem Rhapsody Of Fire. 

Deu que o Turilli fez o seu próprio Rhapsody e o Rhapsody Of Fire seguiu em frente, sim! Até passaram por cá, em sua mais recente turnê mundial. Anunciaram o novo disco, Dark Wings Of Steel. O tempo passou, a coisa saiu. Na minha fúria nostálgica fui ouvir, já digitando essa baboseira toda, as sinfonias enchendo o mundo a volta.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

GdTRPG & Spartacus: Lucretia

Lucretia
Planejadora de Meia Idade

HABILIDADES
Astúcia 4, Conhecimento 3, Enganação 5 (Atuar 2B, Blefar 1B), Idiomas 4, Percepção 3 (Empatia 2B), Persuasão 4 (Charme 2B, Incitar 1B), Status 4 (Administração 1B), Vontade 4

QUALIDADES
Pontos de Destino 1
Benefícios: Carismática (Charme), Cortês, Traiçoeira.
Desvantagens: Defeito (Agilidade)

COMBATE
Iniciativa: Agilidade 1D
Movimento/Corrida: 4/16
Saúde: 6
Defesa em Combate: 7

INTRIGA
Iniciativa: Status 4D
Compostura: 12
Defesa em Intriga: 11

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

GdTRPG & Spartacus: Batiatus

Quintus Batiatus
Planejador de Meia Idade

HABILIDADES
Astúcia 4, Conhecimento 3 (Manha 2B), Enganação 5 (Blefar 1B), Idiomas 4, Percepção 3 (Empatia 2B), Persuasão 4 (Charme 1B, Barganha 2B, Incitar 2B, Provocar 1B), Status 5 (Administração 1B, Reputação 1B, Torneios 2B), Vontade 4.

QUALIDADES
Pontos de Destino 1.
Benefícios: Carismático (Barganhar), Contatos, Cortês, Líder de Casa, Negociante Nato, Traiçoeiro.
Desvantagens: Defeito (Agilidade), Inimigo (Solonius).

COMBATE
Iniciativa: Agilidade 1D
Movimento/Corrida: 4/16
Saúde: 6
Defesa em Combate: 7

INTRIGA
Iniciativa: Status 5D+2
Compostura: 12
Defesa em Intriga: 12

domingo, 10 de novembro de 2013

1356


1356 foi um dos anos mais terríveis e intensos da idade média. Menos de uma década depois de a peste negra devastar a Europa, todos os grandes reinos enfrentaram conflitos dentro e fora de suas fronteiras. E o maior deles é sem dúvida a Guerra dos Cem Anos, que está em seu momento mais delicado, com a tensão entre Inglaterra e França atingindo um ponto insustentável. É esse o cenário da nova aventura de Thomas de Hookton, o arqueiro inglês tornado cavaleiro, dez anos após o término de sua incansável busca pelo Graal. 

Em meio ao caos dos campos de batalha e aos sussurros dos jogos de poder nos salões reais, uma disputa menos, porém com o mais grandioso objetivo, é travada entre ingleses e franceses: uma corrida contra o tempo pela posse de La Malice, a espada que são Pedro utilizou para defender Cristo dos soldados romanos no Monte das Oliveiras. Ao longo dos séculos, a espada mudou de dono até ser esquecida em um refúgio oculto. Sua lenda, no entanto, voltou à vida, assim como o desejo de vários homens de possuí-la, e a arma irá cruzar o caminho de Thomas.
Sob as ordens de seu senhor, o arqueiro precisa percorrer cidades e estradas para localizar o paradeiro da espada e evitar que ela caia nas mãos dos franceses, que a usariam para motivar as tropas à vitória. Sua missão atrai poderosos inimigos, como influentes bispos do circulo papal e ricos e implacáveis senhores da guerra, e culmina em um dos episódios mais importantes e celebrados da história militar da Idade Média: a Batalha de Poitiers. Esse confronto pode traçar o destino do conflito, e Thomas não tem escolha a não ser lutar por aquilo que preza e acredita ─ ou então ver tudo ruir.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não Verás País Nenhum


Há quase meio século, um cardeal belga, Suenens, dizia que a diferença entre uma pessoa de 20 anos e outra de 40 não era mais de 20 anos, era de dois séculos ─ o que antes levava um século para acontecer já se tornava realidade em uma década; o que levava uma década, concretizava-se em um ano. Os quatro séculos passados desde então lhe deram razão: que resta hoje dos sonhos de transformação ─ social e política ─ da década de 1960?

Só alguns olhares privilegiados consequem antever, em meio à barafunda e à balburdia dos tempos velozes, para onde de fato caminhamos ─ ou podemos caminhar, se não tivermos juízo. Este livro, publicado pela primeira vez em 1981, é um dos raros exemplos. 

Os cientistas do clima esboçavam nesse início da década de 1980 suas primeiras preocupações com o que poderia vir a acontecer se continuássemos entupindo a atmosfera com gases poluentes ─ quase ninguém lhes dava atenção. Mas este livro já antecipava o que seria o país com as "secas definitivas" que "vieram logo depois do grande desastre amazônico", simultaneamente às cidades afogadas pelas ondas do mar. Antecipava o drama da escassez de água, que só se tornaria tema universal uma década depois, na Eco 92. As cidades sitiadas, com "congestionamento de 500 km" (já estamos perto), um "centro esquecido", bairros "dos que se locupletaram". Cidadão passivos "diante da maior questão política". 

Mais impressionante ainda, já apontava Ignácio de Loyola Brandão o que nos levaria a aceitar a tragédia "como um novo cotidiano": "Fizeram tudo para massificar, ao mesmo tempo que isolaram cada pessoa em si, tornando-a ferozmente individualista, fechada ara o outro [...], medrosa da própria personalidade". Pode-se ter retrato mais fiel da "modernidade"?

"Faço um livro sobre o que poderá vir a ser", escreveu o autor em seu diário do tempo em que produzia este livro. Já enxergando que "agora, em volta da cidade, só tem pasto e cana". 

É preciso prestar atenção ao que foi escrito em 1981 e ainda parece distante de acontecer. 

Washington Novaes