Tem aquele clima de horror psicológico. Uma fábula sombria. Grandes pausas e algumas panorâmicas que te confundem, causam vertigem. É como os cômodos desconhecidos de um mito bonitinho. Ali naquele reino todos sabem que honra não existe, só o protagonista pensa diferente: algum grande ato e ele será merecedor, será considerado um cavaleiro honrado. Tolo. Precisa ir numa jornada para se perceber enganado sobre si, sobre o mundo. No fim, visualiza uma vida de desonra e... abre mão dela. Desiste. E é aí, em poucos segundos, que ele forja seu código e conquista algo maior do que honra.
sábado, 21 de agosto de 2021
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Wrath of man, do Guy Ritchie
Você estranha: cadê a agilidade
bem humorada de Snatch ou do Jogos, trapaças e dois canos fumegantes
ou do Sherlock Holmes? Há a inteligência de cenas entrecortadas, a
estratégia do crime, como em um RocknRolla ou The Gentlemen. Mas aqui Guy
Ritchie está sério, muito sério. Você sente na trilha, você percebe na
câmera que se move pouquíssimo, no ponto final de cada cena. Não há
beleza, exibicionismo. Há microexpressões, olhares dissimulados. É o
reencontro, desde Revolver, do Ritchie com Jason Statham — que parece
Marte encarnado. Justo, pois essa é uma estória de vingança. O
protagonista morreu quando a tragédia aconteceu; se move, agora, com um
objetivo, fala com um objetivo; não há descanso — há fogo e raiva oculta,
sabiamente distribuída em cada tiro. Bom entretenimento para quem busca
um pouco de ação. Indispensável para o fã de um diretor que começa a
explorar novas formas de narrar.
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