sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Wrath of man, do Guy Ritchie

Você estranha: cadê a agilidade bem humorada de Snatch ou do Jogos, trapaças e dois canos fumegantes ou do Sherlock Holmes? Há a inteligência de cenas entrecortadas, a estratégia do crime, como em um RocknRolla ou The Gentlemen. Mas aqui Guy Ritchie está sério, muito sério. Você sente na trilha, você percebe na câmera que se move pouquíssimo, no ponto final de cada cena. Não há beleza, exibicionismo. Há microexpressões, olhares dissimulados. É o reencontro, desde Revolver, do Ritchie com Jason Statham — que parece Marte encarnado. Justo, pois essa é uma estória de vingança. O protagonista morreu quando a tragédia aconteceu; se move, agora, com um objetivo, fala com um objetivo; não há descanso — há fogo e raiva oculta, sabiamente distribuída em cada tiro. Bom entretenimento para quem busca um pouco de ação. Indispensável para o fã de um diretor que começa a explorar novas formas de narrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário