RPG vem de Roleplaying Game, e significa “jogo de interpretação de personagem”. Jogar RPG é como fazer de conta: você finge ser outra pessoa, age como ela agiria e pensa como ela pensaria. É uma espécie de teatro, mas sem nenhum roteiro para seguir. A história apenas vai acontecendo (...). É como assistir a um filme ou ler uma revista em quadrinhos, mas com você participando da história!
─ Marcelo Cassaro
De uma sessão de RPG participam o mestre e os jogadores. A função do mestre é apresentar ao grupo de jogadores uma história, uma aventura, que contenha enigmas, charadas, situações que exigirão escolhas por parte dos jogadores. Estes, por sua vez, controlam personagens que viverão a aventura, discutindo entre si as escolhas que farão e as soluções que darão aos enigmas que surgirem (...).
No RPG o jogador não é um mero espectador, mas um participante ativo, que como um ator, representa um papel e, como um roteirista, escolhe caminhos e toma decisões nem sempre previstas pelo mestre, contribuindo na recriação da aventura.
A base do RPG é a criatividade. Ao preparar uma aventura, o mestre pode basear-se em aventuras já prontas ou criar novas, usando sua imaginação e pesquisas em livros de ficção, filmes, peças de teatro. O jogador elabora seu personagem através de regras adequadas ao tipo de aventura a ser vivida e dirige suas ações durante o jogo. Esta flexibilidade traz possibilidades ilimitadas à história.
O RPG não é competitivo. A diversão não está em vencer ou derrotar os outros jogadores, mas em utilizar a inteligência e a imaginação para, em cooperação com os demais participantes, buscar alternativas que permitam encontrar as melhores respostas para as situações propostas pela aventura. É um exercício de diálogo, de decisão em grupo, de consenso.
─ Alfeu Marcato
Mestre/narrador?
Cada jogador é responsável por seu personagem. Então quem é responsável pelo resto do mundo? O narrador.
O narrador tem o melhor trabalho de todos. Pode ser divertido representar um personagem, mas o narrador não precisa se contentar com apenas um: ele interpreta os vilões, os capangas e todos os coadjuvantes que ajudam a compor a história. Além disso, ele também dá forma à história, determina o que acontece e quando, e sabe de tudo que está ocorrendo nos bastidores.
─ Robert J. Schwalb
Um dos jogadores é o mestre, e descreve o cenário e os desafios que os seus personagens encontram. O mestre interpreta os personagens coadjuvantes e os vilões da história. Também atua como juiz, para arbitrar regras do jogo e garantir que tudo corra de maneira justa.
─ Steve Kenson
Regras?
Quer você seja um jogador ou narrador, todos usam as mesmas regras. As regras são parte importante de qualquer RPG, pois ajudam a definir o que é e não é possível. Elas asseguram um certo nível de equilíbrio, surgido de uma compreensão mútua de como as coisas funcionam. Além disso, elas ajudam jogadores e narrador a tomar decisões sobre os personagens, apresentando números que revelam componentes vitais, como a habilidade de um personagem com interação social, sua experiência no manejo da espada, seu tamanho, força, beleza, etc.
─ Robert J. Schwalb
Por que jogar RPG?
Há muito tempo, antes dos filmes, da tevê, do rádio ou dos livros, as pessoas costumavam contar histórias umas às outras: histórias de caçadas, lendas sobre os deuses e os grandes heróis, ou fofocas sobre os vizinhos. Elas contavam histórias em voz alta, como parte de uma tradição oral de narrativa ─ uma tradição que já perdemos quase inteiramente.
Não contamos mais histórias ─ nós as ouvimos. Sentamo-nos passivamente, e deixamos que nos tomem no colo e nos levem para o mundo que nos é descrito. Tornamo-nos escravos da televisão, permitindo a uma oligarquia de artistas que descrevam nossa cultura para nós.
Mas existe outro caminho. O hábito de contar histórias pode voltar a fazer parte de nossa cultura. É sobre isso que trata este jogo: não sobre histórias contadas para nós, mas histórias que contamos uns aos outros.
─ Mark Rein•Hagen
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