sexta-feira, 27 de julho de 2018

Notas de um julho qualquer

Uma HQ. A Deluxe Demolidor: O demônio do pavilhão D. Absurdo como Brubaker não deixou a peteca cair com a saída do Bendis. Puta roteirista.

Um filme. Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi. Bons monólogos.

Um disco no reino do repeat. For The Love Of Metal, do Dee Snider. (O melhor do ano[?])

Outro. Long Night's Journey Into Day, do Redemption.  

Um livro. O reino, do Emmanuel Carrère. 

Um saldão. De livro, lá na Martins Fontes (Av. Paulista, 509). Várias editoras, preço pra rasgar a bolsa com o peso das aquisições. Vai até domingo 29/07.  

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Um dia depois

Desaprenda a escrever 1000 palavras por dia (foi mal, King). Escreva 100. Escreva microcontos, só. Aquele romance de um ano e alguns meses e 250 e páginas mais ou menos organizadas, deixe-o pra lá bem pra lá. Volte à produção de contos e nunca termine a tempo de enviar para os concursos literários. Requente velhas histórias e se considere um sortudo por ao menos ter alguma coisa para requentar. 

Tenha o propósito de ser escritor e falhe em parcelas com juros. 

Nessa jornada, tenha um início péssimo porém inspirado. Melhore a técnica com o tempo. Perda inspiração com o tempo. A criatividade, parece, envelhece. Entropia, como tudo. Piora com pensamentos ruins, diabos noturnos, diabos que te pegam na janela do transporte público. Você tem um estigma, aquele do Guts do Berserk, é isso.

Nessa jornada, encare a tela branca do note. Tente um heavy metal para acompanhar, discos novos, velhos, afunde no doom, no melodeath. Tente no ônibus, no metrô, com o celular. Experimente ao som de trilha sonora, Hans Zimmer, é lógico. Experimente acordar bem cedo e voltar ao papel e caneta. No silêncio, tente escutar a sinfonia desarranjada da sua mente bicameral. Tome muito café, vinho branco suave e barato, e dê um bem-vindo às dores no estômago. E mesmo assim, se arraste em míseras 100 palavras.

Entregue-se ao capitalismo, livros e séries e HQ's, consuma as histórias dos outros e esqueça das suas.
 
Comece a escrever sobre escrever. Apague. Recomece. Pense em postar, seja lá o que for, no dia do escritor, mas acabe por postar um dia depois, depois muito depois, tempo, fora do tempo, sem um final, apenas um acorde sustentado reverberando até não reverberar mais. 

Aguarde os diabos, Guts.

domingo, 22 de julho de 2018

Os que contribuíram para a destruição da minha audição

Esse primeiro semestre ligeiro foi assim: 

All I See Is War, Sevendust. Os discos deles são difíceis num primeiro momento. Não foi diferente dessa vez, funcionando comigo da segunda escutada em diante. Foi treta parar o play repetido de Sickness e Descend. Destaque também para a matadora The Truth.  


And Justice For None, Five Finger Death Punch. O ápice da criatividade do new metal dessa banda numa pedrada de 50 minutos e pouco. Um disco pra rivalizar com aquele devastador War Is The Answer — mas aqui os destaques são as músicas mais calmas, sem brincadeira, como Gone Away e o feeling da Blue On Black e Will The Sun Ever Rise.

Catharsis, Machine Head. Você reconhece que é Machine Head, mas tá um pouco diferente. Músicas mais curtas, momentos que lembram hip-hop, um trampo para dividir opiniões. Lançado no começo do ano, só me acostumei com ele há poucas semanas — e então gostei mesmo. A segunda metade de Heavy Lies The Crown derruba uma casa, Triple Beam é aquela fúria oscilante e Behind The Mask é a boa e velha balada de sempre.


Firepower, Judas Priest. Só a Spectre me fez esquecer dos novos do Anvil e Saxon. Ótimo momentos também com Never The Heroes e No Surrender. Nem tem muito o que falar, Judas é Judas. 


Hands On The Wheel, Hartmann. Oli Hartmann tem evoluído muito, a trinca The Harder They Come, Dream World e I Remember é a prova recente. Um vício em forma de hard rock. 


Queen Of Time, Amorphis. Nesse aqui eles incluíram uns coros, reaproveitaram os violinos do álbum passado, sax em meio um solo, flauta, Anneke cantando uma das músicas, os melhores guturais da música pesada, climão épico. Destaque para a ótima porta de entrada The Bee e o peso e melodia de Heart Of The Giant e We Accursed


Sometimes The World Ain't Enough, The Night Flight Orchestra. A banda que não erra, que inova fazendo o mesmo som maneiro e retrô. Dá pra perceber quando um projeto vira negócio sério quando saí um disco praticamente atrás do outro. Difícil escolher os destaques, mas arrisco Lovers In The Rain, Pretty Thing Closing In e Turn To Miami.


The Banished Heart, Oceans Of Slumber. Uma das minhas descobertas do ano graças a participação fenomenal do Tom Englund na No Color, No Light. A banda faz um prog com momentos bem arrastados, estilo doom metal. Tem uma viagem completa em The Decay Of Disregard e At Dawn. Puta disco de uma banda nova e talentosa.  


The Shadow Theory, Kamelot. O melhor disco dos caras desde a saída do Roy. As melodias aqui simplesmente deram muito certo. Static, por exemplo. Ravenlight e Mindfall Remedy também são bem boas, mas a melhor coisa do álbum, com Tommy em versos absurdamente bem bolados, se chama Burns to Embrace.