Ela estava na janela do apartamento quando Tchurum, com T mudo, apareceu lá embaixo. O homenzinho saiu da caminhonete com aquele eterno palito entre os lábios, levando debaixo do braço uma caixa vermelha. Foi abrindo a loja, deu bom dia pra uma senhora que passava e entrou. Por que ele atrasou tanto hoje?
Djoana, com D mudo, que estivera esperando por 20 impacientes e suarentos minutos, saiu da janela e desceu pelas escadas, de dois em dois degraus. Na rua, parou de correr e disfarçou. Atravessou normalmente e foi entrando na loja do Tchurum como qualquer cliente rotineira nada ciente das vendas especiais que ele fazia.
Ele já tinha sumido com a caixa vermelha.
Ele já tinha sumido com a caixa vermelha.
─ Bom dia dona Djoana ─ disse Tchurum, embora ela o tivesse visto primeiro.
“Dona” Djoana ainda tinha 25 anos, por isso ficou irritada em ser chamada assim, por mais que fosse conhecimento geral que Tchurum chamava todas de “dona”. Ela não respondeu o homenzinho ─ sua forma amarga de punição imediata automática. E também não o fez porque não tinha tomado as Saudações de hoje. Foi logo dizendo:
─ Preciso de um Controle de Rosto.
Tchurum desviou o olhar, escapando.
─ Acabou ─ disse.
Tchurum desviou o olhar, escapando.
─ Acabou ─ disse.
─ Mentira ─ retrucou ela.
Tchurum se desvencilhou, indo para trás do balcão onde se sentia mais corajoso.
─ É verdade, dona. Já faz duas semanas que acabou. E além disso, estou parando de vender essas coisas. Se algum civiltar me pega, tenho que explicar um monte de coisa e posso até perder meu negócio.
Djoana não ouviu direito depois do “dona”.
─ Eu tenho dinheiro, me dá uma cartela! Eu sei que você tem. Ei! Olha pra mim! Anda, não disfarça não! Mostra.