terça-feira, 26 de junho de 2018

A indiferença do Shadow...

...foi uma coisa que me irritou um pouco na American gods. E, para minha queda, no livro, o comportamento do personagem é ainda pior! Frente o sobrenatural, ele reage de um jeito muito tranquilo. Mas daí Neil Gaiman, lá na p.328, resolve esclarecer tudo, num daqueles momentos bem humorados do livro. Wednesday acabou de fazer um teletransporte, algo que você não vê acontecendo todo dia, e então:
As nuvens e a neblina e a neve e o dia tinham desaparecido.

Havia estrelas no céu, pairando como lanças de luz imóveis no ar, perfurando o céu noturno.

— Estacione aqui — instruiu Wednesday. — Vamos andar o resto do caminho.
 
Shadow desligou o trailer. Foi para os fundos e pegou o casaco, as botas de inverno e as luvas. Então saiu do veículo e esperou.

— Pronto. Vamos lá — declarou.

Wednesday o encarou com um ar divertido e de algo mais... irritação, talvez. Ou orgulho.

— Por que você nunca discute? — perguntou o deus. — Por que não grita que isso é impossível? Por que você só faz o que eu mando e leva tudo nessa calma do caralho?

— Porque você não me paga para fazer perguntas — respondeu Shadow. Então acrescentou, dando-se conta da verdade das palavras que saíram de sua boca: — De qualquer forma, nada me surpreende muito depois do que aconteceu com Laura.

— Depois que ela voltou dos mortos?

— Depois que eu descobri que ela estava dando para o Robbie. Doeu demais. O resto é o resto. Para onde vamos?   

domingo, 24 de junho de 2018

Pausa para pensar alto

Pensando em Westworld.

A memória como garantia: se você não lembra, será que realmente aconteceu? E, quando você lembra, o que isso, esse passado fragmentado, diz a respeito de quem você é hoje? Hoje, repetição, rotina... são formas de dizer quem você é. Identidade. Alguns lutam nobremente para se libertarem dessa tirania (Dolores), outros simplesmente não conseguem deixar de ser quem são (Teddy). Mas eis o fato: se você é programado para fazer algo, para sentir algo, você o faz com intensidade, para o bem ou para o mal. Maeve, por exemplo, abraça a jornada de recuperar sua filha, recuperar o sentimento que lembrou uma vez ter sentido, recuperar sua antiga programação — algo tão real e intenso, esse fragmento do passado, a ponto de mudar seu presente e afetar emocionalmente os que cruzam seu caminho, androide ou humano. 

E, agora nessa segunda temporada, acabaram-se as repetições, é uma vida, uma chance, e ponto final — o fim da rotina, o caos das identidades, o oceano das novas oportunidades.

Mas, talvez — como Ford disse na primeira temporada —, eles estão vivendo livres, porém ainda sob o domínio dele, o criador imortal.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Uma coisa perfeita:

Heike Langhans.

Uma coisa mais que perfeita: Heike Langhans e o novo EP ambiente depressivo reflexivo do Ison.