tag:blogger.com,1999:blog-19315801550034593822024-02-07T07:39:02.850-03:00Sonata do TorinksHenriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.comBlogger631125tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-13258286987515502782023-11-18T20:00:00.001-03:002023-11-18T20:00:26.478-03:00Campina rasa<p style="text-align: justify;">Montes à esquerda, próximos, verdes; montes à direita, longe, azuis; montes ao fundo, muito longe, brancos, quase invisíveis, para as bandas do S. Francisco. Ascendi um cigarro. E imaginei com desalento que havia em mim alguma coisa daquela paisagem: uma extensa planície que montanhas circulam. Voam-me desejos por toda parte, e caem, voam outros, tornam a cair, sem força para transpor não sei que barreiras. Ânsias que me devoram facilmente se exaurem em caminhadas curtas por essa campina rasa que é a minha vida. </p><p style="text-align: right;">— Graciliano Ramos, no <i>Caetés</i><br /></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-44097515997571142012023-03-18T18:42:00.007-03:002023-03-18T19:26:16.697-03:00Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, de Daniel Kwan e Daniel Scheinert<div class="css-1dbjc4n" style="text-align: justify;"><div class="css-1dbjc4n r-1s2bzr4"><div class="css-901oao r-18jsvk2 r-37j5jr r-1inkyih r-16dba41 r-rjixqe r-bcqeeo r-bnwqim r-qvutc0" data-testid="tweetText" id="id__xmehr73nr3j" lang="pt"><span class="css-901oao css-16my406 r-poiln3 r-bcqeeo r-qvutc0"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUOeU3b8Iw9oqsh57eti6K4U4sGq-zC2MChKpLF3oOOVfN8RP6vmub6Qfpzn5OhcK25MycbZ84h13Tdt-BdUFRkL-qg3pCzQP6tFn9xx7JA1eJdFg3eRNt0CdDx1-0dkNYXm9afQZib8Lbf04V8BMzWbxsXMBqyXUA9f1MBqI8t4_dYSD2N2v9sOfs/s550/Frh39f1WwAA7iu_.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="309" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUOeU3b8Iw9oqsh57eti6K4U4sGq-zC2MChKpLF3oOOVfN8RP6vmub6Qfpzn5OhcK25MycbZ84h13Tdt-BdUFRkL-qg3pCzQP6tFn9xx7JA1eJdFg3eRNt0CdDx1-0dkNYXm9afQZib8Lbf04V8BMzWbxsXMBqyXUA9f1MBqI8t4_dYSD2N2v9sOfs/s16000/Frh39f1WwAA7iu_.jpg" /></a></div><br />É uma história de elementos divertidos, brigas absurdas e diálogos rápidos e inteligentes; mas que na verdade é sobre a luta nos relacionamentos diários, sobre a catarse contida em pequenos momentos que significam muito e sobre uma mãe tentando salvar a filha. Merecidamente premiado! <br /></span></div></div></div><p><b style="font-size: 24px; font-weight: bold; text-align: center;"></b></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-71425198684753710862022-09-27T12:33:00.005-03:002022-09-27T12:38:04.189-03:00No fundo do poço... e eles não fazem nada<p style="text-align: justify;">De uns tempos pra cá, temos falado só idiotices e isso se faz por ódio. </p><p style="text-align: justify;">Matéi Visniec, gênio do teatro do absurdo, foi minha vítima da vez. <i>Com os bolsos cheios de pão</i>, uma peça curta que me deu meses de trabalho, é paradoxalmente um texto dinâmico e repetitivo em sua ideia principal. Amor verdadeiro logo na primeira página, aura que tentei manter até o último segundo. </p>
<a class="spreaker-player" data-cover="https://d3wo5wojvuv7l.cloudfront.net/images.spreaker.com/original/f8cee90bea1a1e02b26568d3cbbc6cf1.jpg" data-height="400px" data-playlist="false" data-resource="episode_id=51395767" data-theme="light" data-width="100%" href="https://www.spreaker.com/episode/51395767">Ouça "11 - Com os Bolsos Cheios de Pão" no Spreaker.</a><script async="" src="https://widget.spreaker.com/widgets.js"></script>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-9094188685855881352022-08-14T10:26:00.002-03:002022-12-09T10:19:35.826-03:00A vida é um longo caminho...<p style="text-align: justify;">...Quando nos cansamos, é ao útero que precisamos retornar para encontrar repouso. Os nobres desprezam os humildes; os ricos rejeitam os pobres. Abandonamos o nosso senso e passamos a mentir uns para os outros. Mas vendo tudo o que acontece está aquela inclemente testemunha, o eu de nós mesmos, que se torna assim nosso inimigo, ele que poderia ser o melhor dos amigos. Essa monótona falácia exaure nossa alma; sem ela não precisaríamos descansar tão frequentemente. </p><p style="text-align: right;">— no <i>Mahabharata</i> em prosa do William Buck </p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-9568731070458790042022-08-05T14:00:00.004-03:002022-12-09T10:20:02.615-03:00Brahma disse<p style="text-align: center;"> "Mesmo depois de ouvir dez mil explicações,</p><p style="text-align: center;">um tolo não se torna mais sábio. </p><p style="text-align: center;">Mas um homem inteligente só precisa de duas mil e quinhentas"</p><p style="text-align: right;">— no <i>Mahabharata</i> em prosa do William Buck <br /></p><p><br /></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-60742435763270888512022-08-03T19:51:00.002-03:002022-12-09T10:20:42.181-03:00Drupada, sombrio e cheio de ira:<p style="text-align: justify;">— O tempo não deixa nada ser verdade para sempre.</p><p style="text-align: right;">— no <i>Mahabharata</i> em prosa do William Buck<br /></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-51906434095706010852022-04-17T12:19:00.000-03:002022-04-17T12:19:20.216-03:00Tem um enforcado no poste<p style="text-align: justify;">E é como se nada estivesse acontecendo, tudo normal. A não reação ante uma barbárie — o que explica isso? Um tipo de dominação mental? As pessoas estão amortecidos e indiferentes... enquanto novos postes de luz são encomendados. </p><a class="spreaker-player" data-cover="https://d3wo5wojvuv7l.cloudfront.net/images.spreaker.com/original/06966324a81f20aa4b878b11b6952c40.jpg" data-height="400px" data-playlist="false" data-resource="episode_id=49168162" data-theme="light" data-width="100%" href="https://www.spreaker.com/user/16448414/8-o-enforcado-desconhecido">Ouça "8 - O Enforcado Desconhecido" no Spreaker.</a><script async="" src="https://widget.spreaker.com/widgets.js"></script>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-81218805037797241852021-12-25T15:36:00.001-03:002021-12-25T15:44:57.009-03:00The last duel, do Ridley Scott<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiBKI439ZY9veRA201WalNJ4N9iNe0NL0wt4PGFCAWq5yPyPC2fM705jt5iMhBJDE2huygIDji6iuMnNm4h94GgFoS_8ce2udILktcrgxP_DiO8HzB5Fp0Ju7Zkz7Y8NJpQNvV0flXmHC3GtuvhTTWDXdmKqSAWPDvLUiq0SKnc4TUMk69sHk2ngFIn=s550" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="366" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiBKI439ZY9veRA201WalNJ4N9iNe0NL0wt4PGFCAWq5yPyPC2fM705jt5iMhBJDE2huygIDji6iuMnNm4h94GgFoS_8ce2udILktcrgxP_DiO8HzB5Fp0Ju7Zkz7Y8NJpQNvV0flXmHC3GtuvhTTWDXdmKqSAWPDvLUiq0SKnc4TUMk69sHk2ngFIn=s16000" /></a></div><div style="text-align: justify;">Para um épico do Scott você vai com os olhos preparados para o cinza sobre qualquer outra cor, a luz doente, o sangue dos que tombam; você chega com os ouvidos inclinados para o trovão nas patas dos cavalos em carga e o ressoar assassino do fio das lâminas. Aqui tem isso tudo — você trinca os dentes na escaramuça e fecha o punho a cada lança estourada no escudo inimigo. Mas muito mais impactante que essa violência, muito mais impressionante que um sutil e por isso incrível Matt Damon, é Jodie Comer e o sofrimento de sua personagem, Lady Marguerite. A brutalidade contra ela vem de todos os lados, um cerco que se fecha, sufoca, invoca lágrimas em seu olhar vidrado, lá, diante de todos, abandonada por todos, na companhia de sua própria palavra — que bastou. Um filme difícil, aparentemente medieval... mas com cores no final.</div>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-25004900663974250532021-12-18T15:33:00.001-03:002021-12-18T15:33:08.144-03:00A pressa passa — a desgraça fica<p style="text-align: justify;">Queria algo curto, fácil de narrar e que contasse com poucos personagens e que de preferência com falas breves, dando menos trabalho para os amigos convidados. Dos textos que entraram no meu radar, <i>Nove horas e trinta minutos</i>, do Rubem Fonseca, pareceu a melhor escolha. Um teste, um aquecimento para algo maior. O resultado: <br /></p>
<iframe frameborder="0" height="102px" scrolling="no" src="https://anchor.fm/ocranio/embed/episodes/5---Nove-Horas-e-Trinta-Minutos-e16devk/a-a6dil17" width="400px"></iframe>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-51858733229279788962021-09-05T12:49:00.005-03:002021-09-05T13:03:55.293-03:00Reluctant hero, do Killer Be Killed<p style="text-align: justify;">Herói relutante é aquele que se detém diante da Recusa — ele já foi chamado ou tem uma inclinação inata para a jornada, no entanto algo ou alguém o impede de seguir. Mau das pernas, represa energia sem saber o que fazer. Descobre que a Provação está tanto no ponto de partida quanto nos desafios ao longo do caminho. </p><p style="text-align: justify;">Álbum (em alguns trechos) sobre recusa, <i>Reluctant hero</i> é o movimento explosivo de quem deixa de represar energia. Forte destaque para as linhas dos três vocalistas. A dinâmica deles atordoa tal como se fosse um invento inédito — você não memoriza nenhuma faixa, assim, de primeira, mas de alguma forma sabe que tudo foi muito bom e diferente. <br /></p><p style="text-align: justify;">Logo de cara <i>"Dream gone bad"</i> e <i>"Inner calm from outer storms"</i> são as faixas que mais criam espasmos involuntários no ouvinte. A que exige audição ativa se chama <i>"From a crowded wound"</i>. Numa segunda audição, percebe-se mesmo que as melhores são a faixa título e <i>"Left of center"</i>. <br /></p>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="355" src="https://www.youtube.com/embed/dMFgUWPvqsU" title="YouTube video player" width="595"></iframe>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-55117226979338361812021-08-21T15:36:00.002-03:002021-08-21T15:43:40.389-03:00The Green Knight, do David Lowery<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIcPZkCmOKGJjj3oyqRqfJsS6X7_Wzo2n1jmL5KjHZQeOd8a7Br0xM2bI1exwFlxeOU_HXlgE-Y1i4Y3_SucHl1AX4DS64fXWvUJ9DIwat6zH5o9v4LAhnhXYyKRK0PjYH-42_FQuLlnA/s550/gk.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="286" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIcPZkCmOKGJjj3oyqRqfJsS6X7_Wzo2n1jmL5KjHZQeOd8a7Br0xM2bI1exwFlxeOU_HXlgE-Y1i4Y3_SucHl1AX4DS64fXWvUJ9DIwat6zH5o9v4LAhnhXYyKRK0PjYH-42_FQuLlnA/s16000/gk.png" /></a></div><div style="text-align: justify;">Tem aquele clima de horror psicológico. Uma fábula sombria. Grandes pausas e algumas panorâmicas que te confundem, causam vertigem. É como os cômodos desconhecidos de um mito bonitinho. Ali naquele reino todos sabem que honra não existe, só o protagonista pensa diferente: algum grande ato e ele será merecedor, será considerado um cavaleiro honrado. Tolo. Precisa ir numa jornada para se perceber enganado sobre si, sobre o mundo. No fim, visualiza uma vida de desonra e... abre mão dela. Desiste. E é aí, em poucos segundos, que ele forja seu código e conquista algo maior do que honra.<br /></div><div><p></p></div>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-20289090595637430182021-08-06T22:48:00.005-03:002021-12-25T15:27:04.095-03:00Wrath of man, do Guy Ritchie<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrA4rVBcGLWKOFmMq20ujP-2P1A0wMY2QX6Z6dJ6GIGjK8E_1m-FO1p1sfWVKbOirJ9aiCbGFQGfNmsGG5XqyRLet27Yx2hLIZ4BO3mg9dniDvgrVFv-XhhZv95fyJTCCjAF81pC2YP0Q/s550/Screenshot+2021-08-06+at+22-45-00+Infiltrado+%25282021%2529.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="239" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrA4rVBcGLWKOFmMq20ujP-2P1A0wMY2QX6Z6dJ6GIGjK8E_1m-FO1p1sfWVKbOirJ9aiCbGFQGfNmsGG5XqyRLet27Yx2hLIZ4BO3mg9dniDvgrVFv-XhhZv95fyJTCCjAF81pC2YP0Q/s16000/Screenshot+2021-08-06+at+22-45-00+Infiltrado+%25282021%2529.png" /></a></div><div style="text-align: justify;">Você estranha: cadê a agilidade
bem humorada de <i>Snatch</i> ou do <i>Jogos, trapaças e dois canos fumegantes</i>
ou do <i>Sherlock Holmes</i>? Há a inteligência de cenas entrecortadas, a
estratégia do crime, como em um <i>RocknRolla</i> ou <i>The Gentlemen</i>. Mas aqui Guy
Ritchie está sério, muito sério. Você sente na trilha, você percebe na
câmera que se move pouquíssimo, no ponto final de cada cena. Não há
beleza, exibicionismo. Há microexpressões, olhares dissimulados. É o
reencontro, desde <i>Revolver</i>, do Ritchie com Jason Statham — que parece
Marte encarnado. Justo, pois essa é uma estória de vingança. O
protagonista morreu quando a tragédia aconteceu; se move, agora, com um
objetivo, fala com um objetivo; não há descanso — há fogo e raiva oculta,
sabiamente distribuída em cada tiro. Bom entretenimento para quem busca
um pouco de ação. Indispensável para o fã de um diretor que começa a
explorar novas formas de narrar.</div><p></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-59181865596042443422021-07-29T18:23:00.005-03:002021-12-18T15:33:30.789-03:00Dedicado àqueles que questionam a proibição de cadeiras<p style="text-align: justify;">Não tem tempo ruim para esses militares. Não tem porta fechada. Eles precisam farejar uma ameaça onde não existe, pois só assim eles próprios conseguem existir. É o mundo como suas vontades; é a crença por cima dos fatos. Atual? De hoje! Exceto que foi escrito em 1976. Conto. Crônica. Sátira. Denúncia imune à censura, pois revestida de arte. Ignácio de Loyola Brandão é um dos meus heróis da literatura nacional, um dos primeiros com quem tive contato, de modo que me senti mais que vivo quando peguei o seu <i>Os homens que descobriram cadeiras proibidas</i> e, junto com amigos, gravei uma leitura dramática. Ficou assim:</p><p style="text-align: justify;"><iframe frameborder="0" height="102px" scrolling="no" src="https://anchor.fm/ocranio/embed/episodes/3---Os-Homens-Que-Descobriram-Cadeiras-Proibidas-e13jtnu/a-a60sunn" width="400px"></iframe> </p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-87043458787468682082021-06-27T10:47:00.001-03:002021-06-27T10:47:07.918-03:00Cárcere<p style="text-align: justify;">Supõe que eu mostrasse que é em prol de si que o povo escolhe um rei, e não em prol dele, para que, graças a seus esforços e empenhos, o povo possa viver em conforto e segurança; que é dever do príncipe pôr o bem-estar de seu povo à frente do seu, da mesmíssima forma que é função de um pastor digno desse nome alimentar não a si, mas a seu rebanho. A experiência mostra como se enganam os que pensam que a pobreza do povo é uma garantia de paz — onde encontrarás mais brigas do que entre mendigos? Quem está mais disposto a subverter as coisas do que o indivíduo mais insatisfeito com seu atual modo de vida? E quem é mais temerário em atacar a ordem estabelecida, na esperança de algum proveito, do que o homem que não tem nada a perder? Se um rei é tão desprezado e detestado por seus súditos que não consegue mantê-los em ordem a não ser intimidando-os com ameaças, extorsões e confiscos, reduzindo-os à mendicância, então melhor seria abdicar do que conservar o trono por meios tais que, ainda que conserve o título, perde toda a majestade de um rei — reinar sobre mendigos não condiz com a dignidade de um rei; ele deve ter súditos prósperos e contentes. É decerto isso que queria dizer Fabrício, aquele homem de espírito íntegro e altivo, ao afirmar que preferia governar os ricos a ser ele mesmo rico; e decerto entregar-se sozinho a luxos e prazeres, cercado pelos prantos e lamentos de outros, não é governar um reino, e sim um cárcere; por fim, tal como é inútil o médico que só sabe curar uma doença infligindo outra, da mesma forma aquele que não conhece outra maneira de melhorar a existência dos cidadãos a não ser lhes tirando as amenidades da vida está admitindo que não sabe governar homens livres.</p><p style="text-align: right;">— Thomas More, em <i>Utopia</i><br /></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-8882823392564064892021-06-07T19:23:00.000-03:002021-06-07T19:23:38.649-03:00No Pátio do Dragão, do Robert W. Chambers<p style="text-align: justify;">Produção pandêmica. </p><p style="text-align: justify;">Na mitologia criada por Chambers, há uma peça de teatro chamada <i>O Rei de Amarelo</i> — quem lê essa arte demoníaca, enlouquece. Enlouquece também, hoje percebo, aquele que resolve editar podcast pela primeira vez, hm. Há também um ganho de dor nas costas pelo tempo sentado em frente aos espectros sonoros no Audacity. Fortes chances do conteúdo — um conteúdo que você escuta mil vezes antes de terminar o processo de edição — grudar na sua mente com forças várias, a ponto das falas aparecerem de repente quando você está andando na rua, lavando louça, checando saldo bancário. Não conversa sozinho? Vai começar. Se eu voltarei a fazer isso? Claro que sim. Recomendo. <br /></p><p style="text-align: justify;">Com fones, por favor:</p><p style="text-align: justify;"> <iframe frameborder="0" height="102px" scrolling="no" src="https://anchor.fm/ocranio/embed/episodes/2---No-Ptio-do-Drago-e110lk2" width="400px"></iframe></p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;">Fiz a leitura deste <i>No Pátio do Dragão</i>, que só foi possível graças às letras do Edmundo Barreiros, tradutor d'<i>O Rei de Amarelo</i> publicado em 2014 pela editora Intrínseca. As trilhas eu peguei da <a href="https://www.youtube.com/audiolibrary?feature=blog" target="_blank">biblioteca de áudio do Youtube</a>. Os efeitos, bem, há muitos lugares com sonoplastia gratuita; de todos, fiz do <a href="https://99sounds.org/releases/" target="_blank">99Sounds</a> minha morada. As aparições do Rei de Amarelo e do Monsenhor foram colaboração do meu irmão de projeto, <a href="https://www.instagram.com/ricardo.bollt/" target="_blank">Ricardo Augusto</a>. </p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-30839801173624703962021-06-04T14:52:00.000-03:002021-06-04T14:52:23.073-03:00Escape Of The Phoenix, do Evergrey<p style="text-align: justify;">Uma catarse sonora completa e necessária. Você pode descobrir energias represadas ao som de <i>"Forever Outsider"</i> na mesma medida em que pode achar nova calma e reflexão com <i>"Stories"</i>. </p><p style="text-align: justify;">Assim de primeira você sente que é um novo Evergrey: <i>"Where August Mourn"</i> e <i>"The Beholder"</i>, esta com participação do James LaBrie, são as diferentonas que se ajustam tão depressa quanto uma roupa nova. Evergrey envelhece bem porque explora outros horizontes — dica pra vida. </p><p style="text-align: justify;">Tom Englund cantando pra caralho: destaque para <i>"In The Absence Of Sun"</i> e <i>"Eternal Nocturnal".</i>
</p><p> <iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="355" src="https://www.youtube.com/embed/6_1HBOBrWG0" width="595"></iframe>
</p><p></p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">E uma outra recomendação, o melancólico <i>Satelities</i>, do Silent Skies. </p><p style="text-align: justify;">Em 2018, Tom gravou o bom <i>Long Night's Journey Into Day</i> com o Redemption, conheceu o tecladista Vikram Shankar, e daí projetou o Silent Skies: voz e piano, com algumas cordas de apoio. Toda a experiência com navegação (tempestades internas e externas, a busca por um horizonte limpo, calmarias) somada à separação da esposa, parece o combustível criativo do artista. É tudo muito contemplativo e triste; não existe armadura eficaz contra essas melodias. </p><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="355" src="https://www.youtube.com/embed/i3QRzZfMQUw" width="595"></iframe>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-65225463797066330962021-05-15T09:32:00.004-03:002021-05-15T09:33:37.363-03:00O Crânio<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLFN1omCq5sWOMbW19fE2WaNlzViVGCYjQaYR8r3EZ7TDfSMeUEomx6r0scx9l4f8haTFBWgR-BpKq1yEBlKQGF8pa1Rz9iy9tFZ_qzqlmxzVIoD925Dl0LZHP17qC5V_66OzbVJpc3Pc/s550/pp.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="550" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLFN1omCq5sWOMbW19fE2WaNlzViVGCYjQaYR8r3EZ7TDfSMeUEomx6r0scx9l4f8haTFBWgR-BpKq1yEBlKQGF8pa1Rz9iy9tFZ_qzqlmxzVIoD925Dl0LZHP17qC5V_66OzbVJpc3Pc/w320-h320/pp.jpg" width="320" /></a> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O background: desde cedo nessa coisa de RPG, porém hoje em dia (nos últimos 4 ou 5 anos, melhor dizendo) num ritmo bem mais lento simplesmente porque outras coisas passam na frente. Mas eis que surge uma nova motivação para esses raros momentos de descontração em grupo: a gravação feita e editada, o podcast lançado e batizado: <i>O Crânio</i>. Começou timidamente, mas o Ricardo, brother de infância, não só pegou gosto pelo tratamento de um podcast, como acabou por fazer uma bela primeira edição nem um pouco tímida! Recomendo, óbvio. <br /></div>
<iframe frameborder="0" height="102px" scrolling="no" src="https://anchor.fm/ocranio/embed/episodes/1---O-Pagamento-ev48ch" width="400px"></iframe>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-90885145656789178662021-04-21T11:59:00.005-03:002021-04-21T11:59:49.688-03:00Judas e o Messias Negro, do Shaka King<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJM2wewF6N_wolsttuflmRqMAdP9XKIHXObo4z0noH1GQbzF16uA6Fu20iAGjlpEwv12c2y6gC_8V4NZU9sN3QpAXx0RwARiAsXHG38nvKv4YnPWhShAg-9X_Ux257O3rJ5_vQ9_m79dk/s550/IMG_20210415_145705.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="366" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJM2wewF6N_wolsttuflmRqMAdP9XKIHXObo4z0noH1GQbzF16uA6Fu20iAGjlpEwv12c2y6gC_8V4NZU9sN3QpAXx0RwARiAsXHG38nvKv4YnPWhShAg-9X_Ux257O3rJ5_vQ9_m79dk/s16000/IMG_20210415_145705.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">O discurso e a morte são os elementos que chamam atenção, que causam o grande desconforto e tornam a obra memorável e com indicações ao Oscar. Mas repare nas cenas do agente do FBI com o Judas — momentos de uma sutileza fantástica! Judas (que, em uma época de intensos debates raciais, desconhece Martin Luther King e Malcolm X) perdeu a dignidade e acredita que ao ajudar o FBI irá recuperar sua honra social e se tornar um sujeito bem-sucedida, de posses. Sua ignorância (ou indiferença?) social lhe impede de perceber o absurdo que o agente diz, ao comparar a Klan com os Panteras. Judas, ao longo de todo o filme, quer apenas escapar. No fim, descobrimos como conseguiu.</div><p></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-82603005124247762162021-03-28T11:23:00.002-03:002021-03-28T11:23:03.268-03:00Your honor, do Peter Moffat<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg91jSAXwItei-hWEoNXfTF53VNdWpN_Ih4sx_B6EJE7JkbwYA5BLs5BxF-3-yZdeKz-p-UcbY9eobQqh01tey3tNGmI42c_NtV6esk03vv0EpSNbfs_87JMfUkplwNIiIN61oJJtKPdfI/s550/Eucja3PU4AEJWWJ.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="309" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg91jSAXwItei-hWEoNXfTF53VNdWpN_Ih4sx_B6EJE7JkbwYA5BLs5BxF-3-yZdeKz-p-UcbY9eobQqh01tey3tNGmI42c_NtV6esk03vv0EpSNbfs_87JMfUkplwNIiIN61oJJtKPdfI/s16000/Eucja3PU4AEJWWJ.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">É aquele drama que amarra, as ações sempre gerando consequências e pedindo novas ações. Bryan Cranston revive a aura do Walter White: um pai tentando fazer algo bom com atos errados; mas aqui ele não tem tempo de virar um vilão. Na verdade, os personagens são aparentemente superficiais: depois que x coisa acontece, tudo parece óbvio; mas os meios para os fins são fascinantes, como eles agem e como falam é coisa fina, movimenta a trama, torna um coadjuvante capaz de roubar a cena com muito pouco tempo de tela, e aí você não tem tempo de prever o que vai acontecer por mais óbvio que seja. O fim é canalha, poderia ter acabado um minuto mais cedo ou ter ganho um minuto a mais para desviar a atenção da angustia final. Piora quando você pesquisa e não acha nada sobre uma segunda temporada provisionada. Tomara que volte, hm. Bom show.
</div>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-30435998198946158682021-03-27T11:22:00.010-03:002021-04-02T10:40:11.639-03:00À exceção daqueles que nada sabem<p style="text-align: justify;">Ross: Aí de mim, uma pobre pátria! Quase treme, só de pensar em olhar para si mesma. Em vez de nosso berço, terá de ser chamada de nosso túmulo. A ninguém se vê sorrindo, nunca, à exceção daqueles que nada sabem. Soluços e gemidos e gritos dilaceram o ar e uma emoção corriqueira. Quando dobram os sinos por algum finado, dificilmente alguém pergunta quem expirou. E expiram-se as vidas dos homens de bem antes de fenecerem as flores de seus chapéus. Morrem antes de adoecer. </p><p style="text-align: right;">— No <i>Macbeth</i>, do Shakespeare<br /></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-78451632674734239052021-02-21T11:30:00.003-03:002021-02-21T13:33:50.064-03:00Uma noite em Miami, da Regina King<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-s8Tnq29Jts7hHUeDLevm0xju3IdVGKd7zW5nE8m-pvzJLN0vGYiBNDZtFo1XhxJXoZqQuE4iuhEiGaNTiL0F4zkcLQuAEUHGzvS6MHVqPmvN7t3TbsD54qnowhln2g9SzXSFjxnMmoY/s550/onenight.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="230" data-original-width="550" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-s8Tnq29Jts7hHUeDLevm0xju3IdVGKd7zW5nE8m-pvzJLN0vGYiBNDZtFo1XhxJXoZqQuE4iuhEiGaNTiL0F4zkcLQuAEUHGzvS6MHVqPmvN7t3TbsD54qnowhln2g9SzXSFjxnMmoY/s16000/onenight.png" /></a> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Veio de uma peça de teatro, foco no texto. Então apesar de umas lutas do Ali que movimentam o começo, a verdadeira batalha está nos diálogos em um quarto de hotel, com um Malcolm X inspirado. Ele lembra você, no tempo em que prestigiar essa obra, que o sangue de Prometheu corre nas suas veias: em algum momento, você roubou a chama dos deuses e esse brilhantismo único está nas suas mãos ou na sua voz ou na sua mente — e como você pode usar esse poder em prol da sociedade em que vive?
</div>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-59798611594052783202021-02-20T16:04:00.002-03:002021-02-20T16:04:33.553-03:00Momento contemplativo = livre-arbítrio<p style="text-align: justify;">Periodicamente, a humanidade passa por uma aceleração de seus problemas, e com isso conhece uma corrida entre a renovável vitalidade dos vivos e a iminente corrosão da decadência. Nessa corrida periódica, qualquer pausa representa um luxo. Somente então é que se torna possível refletir que tudo é permitido, que tudo é possível. </p><p style="text-align: right;">— Frank Herbert, no <i>Filhos de Duna</i></p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-55744512655037502212021-02-07T15:40:00.005-03:002021-02-07T15:40:01.850-03:00Agir dominante<p style="text-align: justify;">Os governos, se perduram, sempre tendem cada vez mais na direção de modelos aristocráticos. Não se sabe de nenhum governo, na História, que tenha se furtado a esse padrão. E, à medida que a aristocracia se desenvolve, o governo tende mais e mais a agir exclusivamente no interesse da classe dominante, quer essa classe seja a realeza hereditária, oligarquias de impérios financeiros ou a burocracia mais cristalizada.</p><p style="text-align: right;">— No, advinha só, <i>Filhos de Duna</i>, do Frank Herbert
</p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-32153197661695400042021-02-06T14:15:00.001-03:002021-02-06T14:15:01.917-03:00O método de escolha <p style="text-align: justify;">O bom governo nunca depende de leis, mas das qualidades pessoais dos que governam. A máquina do governo sempre está subordinada à vontade daqueles que administram essa máquina. Portanto, o elemento mais importante do governo é o método de escolha dos líderes. </p><p style="text-align: right;">— No <i>Filhos de Duna</i>, do Frank Herbert
</p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1931580155003459382.post-75427481740154545062021-02-02T14:11:00.001-03:002021-02-02T14:11:03.112-03:00Decisões parte 2 (ou: Admoestação repentina da princesa Irulan)<p style="text-align: justify;"> — Digo a vocês que perdemos algo vital. Quando o perdemos, perdemos junto a capacidade de tomar boas decisões. Hoje em dia, caímos sobre as decisões do modo como caímos sobre um inimigo, ou esperamos e esperamos, que é uma forma de desistir, e então permitimos que as decisões de outros nos ponham em movimento. Será que esquecemos que somos nós que disparamos esse fluxo atual? </p><p style="text-align: right;">— No <i>Filhos de Duna</i>, do Frank Herbert
</p>Henriquehttp://www.blogger.com/profile/16232287708677752914noreply@blogger.com0