sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Kamelot: trocou o vocalista (?)


Depois de uma semana inativo, cá estou pra comentar brevemente algo muito aguardado por mim: Silverthorn, o novo disco da banda Kamelot.

Kamelot é, atualmente, uma das mais bem sucedidas bandas de metal melódico. Foi quando estourou o disco The Black Halo em 2005 que a banda atingiu o ápice. Roy Khan, vocalista, era o sujeito deus, dono de uma voz absurda, transitando de forma magistral entre o grave e o agudo, como bem diz sua página no Wikipédia.

Em 2007 a banda lança o Ghost Opera, que, graças à faixa titulo, “The Human Stain”, “Up Through The Ashes” e “EdenEcho”, é, na minha visão, o melhor disco do grupo. É aqui também que temos um Kamelot mestre em passagens sinfônicas, coisa que só tornou a banda mais monstruosa.

E em 2010 vem mais um disco galgando os mesmos níveis de seus antepassados. E pronto. Estava tudo bonito; mãos no sucesso, pés nas turnês mundiais... Até que, para luto geral, veio a noticia: Roy Khan, fora. O vocalista que só acumulava status positivos e elevava a banda ao topo das vendas acabava de dizer adeus ao metal, deixando o Kamelot órfão.

Mesmo assim a banda continuou com shows, fechando o buraco que Roy deixou com o apoio de Fabio Lione (Rhapsody Of Fire, Vision Divine). E também anunciaram que no segundo semestre de 2012 viria um novo álbum. Já tinham letras e passagens instrumentais gravadas, só restava um vocalista. Simples assim.

Daí, enfim, um nome: Tommy Karevik.


Eu ouvi pouco do desempenho do Tommy em sua banda, Seventh Wonder. Lembro que, de inicio, não simpatizei muito com ele. Sua missão, de substituir Roy nos vocais do Kamelot, parecia simplesmente impossível. Meu pré julgamento: “mais uma banda destronada por um desfalque”.

Pois bem, ouvi o novo disco. E para minha surpresa, Tommy se saiu bem. Bem até demais, a ponto de se confundir com o antigo membro. “Espera, trocou o vocalista ou não?”, era a pergunta cômica que pairava.

Tommy Karevik comeu com farofa o legado que Roy Khan deixou na banda: ele interpreta as músicas com a mesma aura sombria, e se aproxima da capacidade melódica. Só em “Song For Jolee” notamos que de fato é um cara novo nos vocais, mas no geral, Tommy é Roy.

Posso dizer que, de primeira, alguns coros e passagens sinfônicas caem no erro de poluir as canções. Mas só de primeira; com o tempo se acostuma. Os melhores momentos do disco estão em “My Confession” e “Silverthorn”, as duas que eu mais associei ao som do passado.

Silverthorn é um álbum difícil de digerir. Ainda não tenho uma opinião forte sobre o disco. Nada além de dizer que é um bom trabalho, com boas participações de Elize Ryd (Amaranthe) e a presença de alguns duelos de teclado-guitarra, coisa que não é tão comum às músicas da banda.

Resumindo a opera (que foi mais sobre vocalistas do que o novo álbum): Kamelot atendeu as expectativas, apagou o luto da saída do Roy com Tommy, um sósia que, com o tempo, deve impor seu estilo próprio no Kamelot.

Repertório: 1. Manus Dei / 2. Sacrimony (Angel of Afterlife) / 3. Ashes to Ashes /
4. Torn / 5. Song for Jolee / 6. Veritas/ 7. My Confession / 8. Silverthorn /
9. Falling Like the Fahrenheit / 10. Solitaire / 11. Prodigal Son / 12. Continuum

4 comentários:

  1. Ótimo post, nobre escaldo.

    É realmente difícil avaliar este novo trabalho, mas gostei muito de teus apontamentos especialmente em relação ao novo vocalista.

    Nos resta agora ouvir um pouco mais para que cada um possa tirar suas próprias conclusões...

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    1. Valeu Odin!

      O bom é que a banda continua no mesmo nível! Ainda deixo Ghost Opera na frente, mas esse álbum, com o tempo, deve se tornar mais importante.

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  2. Respostas
    1. É, Roy é impossivel de se copiar, mas tente ouvir o Tommy em sua banda, Seventh Wonder. Lá, me parece que ele tem um estilo próprio, sem tentar copiar outros.

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