sábado, 30 de março de 2013

Homeland: A série que vem pilhando prêmio atrás de prêmio

Estou apaixonado. Sabe, com o córtex pré-frontal prejudicado por causa de uma mulher que insiste em ocupar minha mente como se eu não precisasse pensar em mais nada que não seja seu cabelo, seus olhos e seu talento. Não digo que foi logo à primeira vista; foi preciso um tempo mínimo de adaptação, os olhos se ajustando para fazer à leitura dela, e pronto: fui mortalmente fisgado. O nome? Claire.

Claire Danes.

Foi quando ouvi a notícia que Breaking Bad tinha perdido o posto de melhor série para um novato chamado Homeland. Me demorei um semestre, tomei coragem, e enfim fui conferir com meus próprios olhos quem no mundo conseguira o enorme feito de destronar o ator Bryan Cranston e sua série absurda. Daí vi a Claire interpretando Carrie Mathison ─ uma agente da CIA que descobre que retém a informação que um ex-militar, dado por morto, voltaria para os EUA como um herói de guerra, com o importante detalhe que agora ele está convertido ao Islã, ou seja, um terrorista em potencial ─ e entendi como Homeland conseguiu sobrepujar Breaking Bad e tantas outras séries.

É porque tem a Claire no elenco, só pode... Ah, Claire... Mas, paixões à parte. Foco agora. Falemos, brevemente, da série.

Sim colega, como já deve ter ouvido por ai ou mesmo previsto com o que escrevi mais acima, essa é uma série da paranoia americana pós 1º de setembro. Ou seja: investigações, conspiração, política. Mas não se preocupe: a série não é “pesada”, embora o cenário dê essa impressão. Digo, o telespectador entende tudo como se fosse o assunto mais simples do mundo, curte geral e ainda é estimulado a pensar além do senso comum sobre o tema terrorismo.

Mas não é o tema terrorismo que faz essa série ser tão boa. O real combustível é o drama particular em que os personagens protagonistas estão submersos.

Claire é obcecada pelo trabalho de investigadora. Não se alimenta direito e não tem vida social. Tem problema psicológico. Curte Blues. E, de quebra, de tanto investigar o soldado Nick Brody ─ certa que ele é um terrorista tramando um ataque monstro contra o governo ─, ela acaba por se apaixonar por ele. Se apaixona pelo inimigo. E daí, uma nova face dramática em sua vida: o choque do profissional (onde ela suspeita do cara) com o pessoal (onde ela ama o cara). Muito tenso.

Já Nick Brody (perfeitamente interpretado por um cara chamado Damian Lewis, que também bateu sua cota de prêmios) é o soldado que volta para os EUA após um longo período em que ficou cativo em território inimigo, lá pelas bandas do Oriente Médio. Sua prioridade é rever a família, recuperar a vida perdida. Daí, a luta para se adaptar com as peculiaridades em sua casa: um filho que mal lhe conhece, uma filha rebelde e uma esposa que, como Brody foi dado por morto, encontrava consolo nos braços de um soldado carismático ─ o melhor amigo de Brody. Tenso também.

Nessa, são 12 episódios de tensão, em que os personagens não sabem o que fazer ou se sabem ainda não possuem a vontade necessária. Tudo cercado pela coberta sufocante da guerra ao terror, da paranoia política, dos sacrifícios em prol de um bem maior.

Nem dá pra falar muita coisa (a verdade é que não lembro muitos detalhes) pois posso soltar um spoiler e não quero estragar as expectativas de ninguém, antes, quero sugerir com todas as forças esse show que, não por menos, tem decolado na frente como melhor série da atualidade.

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