sexta-feira, 6 de abril de 2012

Spartacus: Vengeance

E é tanto falatório sobre o inicio de Game Of Thrones que ninguém se lembrou do final de Spartacus: Vengeance. Pois é, semana passada a série concluiu mais uma temporada, fechando com chave de sangue um novo arco da história.

Em suma, a série continua com os mesmos padrões de antes. Linguajar ofensivo, nudez, sangue e intrigas, muitas intrigas. Em outras palavras: um dos melhores shows da TV americana.

Essa temporada começa a explorar o lado batalha da história. Depois de Spartacus “organizar” uma rebelião em Cápua conseguindo a liberdade e liderando um bando de escravos/gladiadores, o homem tem de enfrentar inimigos em maior número e em campo aberto, não mais em combates singulares na arena. Para dar combate no mínimo equilibrado às forças de Roma, Spartacus sai recrutando escravos por todo o território – atacando casas de senhores e transportadores em estradas – os juntando a sua causa onde todo homem tem direito a liberdade. Em pouco tempo Spartacus adquiri uma razoável quantidade de homens. Assalta algumas cidades em busca de armamentos e em um determinado momento acha uma boa fortaleza para estabelecer-se. Resumindo, são esses os passos do nosso protagonista durante a temporada.

Eu realmente não tenho muito a comentar a não ser sobre o melhor da série: os personagens.

Já disse por aqui como a série preza por atormentar os telespectadores com tipos insalubres, incrivelmente bem interpretados por um elenco impar. Cada personagem tem o seu lado sujo (e tem aqueles que só têm o lado sujo).

Com a saída de Batiatus a série perdeu um peso enorme no quesito bons personagens, não obstante o pilantra do Ashur esta em sua melhor forma. O sírio joga no time que ta ganhando, é o tipo de personagem que sobrevive a tudo, pra depois contar a história a seu modo, fazer novas alianças e aspirar riquezas. Mas a série pecou com o desfecho deste personagem... seria mais inteligente tê-lo poupado por mais algumas temporadas, ele poderia gerar muita coisa boa ainda... e a forma como... argh... muito mal pensado, na minha opinião...

Oenomaus já se tornara um personagem bacana por causa do Gods Of The Arena, e nesta temporada os diretores mantém o nível de qualidade do ex-Doctore (para, da mesma forma do Ashur, ter um desfecho pobre, infelizmente...). O personagem começou de forma brilhante, ganhando um flashback super esclarecedor. Até foi jogado pra morrer na arena. Foi torturado, treinou escravos, matou romanos e perdeu um olho em um ferimento mortal. Foi de longe o personagem combatente que mais rendeu.

E então os romanos estavam fazendo um showzinho na arena, prestes a executar alguns criminosos presos (dentre eles o Oenomaus), e ai surge Gannicus e... “WAIT! Gannicus?! Pelas tetas de Vênus! É o protagonista do Gods Of The Arena ali ou eu tomei algum alucinógeno com leite hoje de manha?!”, foi o que eu pensei quando vi o sorridente de duas espadas em punho, saudando o povo como gladiador campeão e encarando seu antigo amigo, Oenomaus, na arena. Gannicus foi a maior das surpresas desta temporada, um salto de animo em um período que tudo começava a ficar monótono demais.

Os outros personagens tiveram bons desempenhos, mas os melhores pra mim foram esses citados. Além, outra coisa que muito me agradou foi os diálogos. Criativos, bem encaixados, inspiradores. O cenário de floresta foi outra medida bacana (visto que a série tem um set limitado, com somente uns quatro cenários diferentes; a floresta deu uma diferenciada na mesmice dos ambientes).

Ainda estou me acostumando com o novo ator, Liam Mclntyre no cargo de Spartacus. O antigo, Andy Whitfield (que faleceu ano passado, vitima de câncer) tinha uma presença enorme, e quando lutava parecia um bicho maluco, características que deixaram saudades. Outra mudança foi a atriz que interpretava Naevia, a nova não tem metade do carisma da antiga, e julgo que suas interpretações são forçadas demais (Veja como o bardo aqui sabe tudo de cinema, hein)

E acabaram os comentários, de forma abrupta, é verdade, mas acho difícil reproduzir toda qualidade dessa série com um texto. Mais fácil apenas assistir. Mas, por paixão, resolvi escrever essa pequena ladainha. Tudo pra no final dizer que esta série é um prato cheio para amantes de história, realismo cultural, batalhas sanguinolentas e inimagináveis intrigas.

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