domingo, 5 de maio de 2019

Arctic, do Joe Penna

Pra quem gosta de sobrevivência, pouca conversa, muito esforço e algumas lágrimas. Pra quem gosta de apostar sobre qual decisão o personagem vai abraçar (abandona ela, não abandona; desiste, não desiste). Pra quem gosta de Mads Mikkelsen, claro.

Pegue esse personagem sem nome, esse protagonista sem norte, imagine o que aconteceu com a foto da família dele, onde ele a perdeu, imagine o porque dele preservar a foto da sobrevivente como se fosse sua — mas sempre à vista dela, que em momento algum percebe a imagem. Essa sobrevivente, aliás, está debilitada e sobre seus cuidados quando deveria ser o socorro do nosso protagonista se não fosse aquele acidente logo no primeiro ato... mas, veja, ela acabou sendo o socorro, sim: fez com que ele embarcasse em toda a jornada, saísse de um ponto para o outro, enfrentando as pedras pelo caminho, um caminho de morte quase certa e agonia a cada nova checada do mapa. Mas era o único caminho para que ele deixasse de sobreviver e começasse a viver.

Qual a recompensa desse herói? Qual a sua ressurreição catártica? Por que ele faz tudo que faz? 

Assista esse filme e imagine quantos porcento das falas dele para ela são, na verdade, dele para ele.

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