quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Machine Head – Unto The Locust

Eu já disse por aqui que minha preferência é gritante para o metal melódico seguido do sinfônico. Ouço outros sub gêneros é claro, mas o Thrash Metal eu devo admitir que é raro na minha playlist. Acho que, com exceção de Metallica, não me lembro de curtir nenhuma outra banda que faça um som cru e pesado.

Logo não sei explicar o que aconteceu para eu querer ouvir Unto The Locust do Machine Head. Resultado: Identifiquei um som que há muito não ouvia de uma banda que até semana passada não conhecia. Sim: Esse também é o primeiro álbum inteiro que ouço desta banda. Já ouvira o ótimo cover "Halowed Be Thy Name" do Iron Maiden que eles fizeram, mas só isso.

Entendo cada vez mais a importância das primeiras faixas de álbum de música. Acredito que quando um novo fã põe pra rodar o disco – todo curioso, incerto, convicto e outras coisas pra descobrir as músicas ali contidas – a primeira música já é quase suficiente para que ele (esse novo fã) crie um pré-conceito sobre a banda.

Se esse meu pensamento é certo, ou meio certo, seria mais que inteligente para a banda lançar em primeiro lugar aquela faixa meio tradicional meio comercial. Uma que agrade tanto os velhos fãs (por ser tradicional) e que seja boa aos ouvidos de novos ouvintes (por ter uma pegada mais audível universalmente, algo mais “fácil”, digamos). Essa música seria ótima pra construir o tal de pré-conceito no novo fã.

E eu como novo fã, todo curioso e incerto e outras coisas, fui lá e apertei play. E começou “I Am Hell”. E a barbárie foi tamanha que minha tese sobre primeira música acabou morrendo. A música parece dizer algo como “dane-se o comercial, vamos entrar quebrando tudo, goste ou não!”. É simplesmente a mais Thrash do repertório, com guturais a todo o momento e ilustrando os refrões também.

E então pensei “calma, a segunda faixa deve ser mais ‘normal’”. Pois até então, não tinha gostado muito da primeira.

Bom, de fato, “Be Still And Know” conseguiu soar melhor pra mim. A música é só um pouco mais calma que sua antecessora, o que significa que ela ainda assim é bem crua. Destaque para o solo, e as passagens de guitarra acompanhando o refrão. Aqui, minha percepção já notara a ótima qualidade instrumental da banda. E já seguimos com “Locust” que é a single premiada com sete minutos de fúria e um dos melhores refrões do álbum. E sobre o instrumental, então, nesta faixa eu terminei de gostar principalmente do talento do baterista Dave McClain.



“Darkness Within” é a melhor música que ouvi nesse 2º semestre, até o momento uma das melhores do ano, de longe a mais comercial do álbum, por isso talvez eu tenha gostado bastante. A harmonia dos versos incentiva o ouvinte a repetir a letra, e até certo momento você imagina que tudo permanecera em um clima calmo e normal, pois a música começa de certa forma bem acústica, mas logo entra os riffs e a bateria elevando o som até um solo manjado e bem encaixado com guturais logo depois e voltamos aos bons versos e refrão. Ótima faixa. Com direito à uma versão bônus, acústica.

Chamada especial para o coro de crianças introduzindo “Who We Are”, tudo para depois entrar o vocalista Robb Flynn repetindo o verso e anunciando o nome da música, entrando com a banda que faz o que ja mostrou de bom até aqui, e ainda um bom vocal de apoio em momentos importantes, mas, tudo isso em um primeiro momento pouco me impressionou, somente ouvindo pela segunda vez descobri ser esta uma das melhores. “The Sentinel” é outra faixa que muito me agradou. Da intro de guitarra as partes mais faladas logo após do solo até as pedaladas nos últimos instantes ao último acorde arrastado. Mais tarde descobri que se trata de um cover do Judas Priest; pelo jeito Machine Head leva jeito e tem boas escolhas para covers...

E terminando o álbum eu fiquei um tempo sem reação. Sem saber direito o que pensar até. Ouvi mais uma vez. E pronto, vim escrever aqui, analisando que Unto The Locust é um álbum de um sub gênero que eu pouco ouço, e talvez eu tenha gostado justamente por me ser incomum.

O grupo não economiza nos arranjos e nos solos; jogam tudo que possuem nas músicas e não se voltam para um lado comercial buscando generalizar o que já fazem há um tempo. Esta banda preserva e faz muito bem, acima de tudo, o Thrash Metal. Esse é o pré-conceito que podemos encontrar logo na primeira faixa e terminar de entender na última. 

Agora, repare por um instante nesta capa. Uma arte insana, tão repugnante e doente. Genial!

Tracklist
1.I Am Hell (Sonata in C#)
2.Be Still And Know
3.Locust
4.This Is The End
5.Darkness Within
6.Pearls For Swine
7.Who We Are
8.The Sentinel
9.Witch Hunt
10.Darkness Within (Acústica)

Nenhum comentário:

Postar um comentário