segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Dança dos Dragões


Mancada: demorei tanto pra postar um comentário sobre este livro, que acabei esquecendo boa parte das sensações absorvidas durante a leitura.

Advertência: possíveis curtos spoilers virão. Pois não dá. Não tem como comentar esse livro sem revelar alguma coisa. É mais forte do que eu. Até a sinopse passa rasteira em quem ainda esta nos primeiros livros. Até a capa... Enfim, aviso dado.

A Dança dos Dragões. 5º volume da série As Crônicas de Gelo e Fogo. Considerado o melhor livro até o momento (destronando o 3º, A Tormenta de Espadas). Para colegas que manjam do mangá One Piece, costumo dizer que o autor, George R. R. Martin, comeu um fruto do diabo antes de começar tudo com A Guerra dos Tronos. Agora, quando foi escrever A Dança, Martin deve ter engolido, no mínimo, uma árvore inteira!

Porque é impressionante a complexidade da obra. Chega a ser justificável a demora que Martin leva do primeiro rascunho à publicação: ele analisa tudo que já feito e trabalha encima ligando pontas soltas, levantando personagens esquecidos, abrindo novas portas que dão em lugares imprevisíveis. Se não gostou, volta e reescreve, como bem disse numa entrevista. Daí a demora. Mas quando o livro sai, aplausos, pois sai perfeito.

Por exemplo, algo que me lembro agora: Wex Pyke. De nome assim é difícil saber quem é o sujeito. Mas se falar que era o escudeiro mudo do Theon, quando este tomou Winterfell, ai sim é possível se situar. Achei uma sacada ótima deixar este personagem como única testemunha que flagrou o plano de fuga de Osha, sabendo pra onde ela foi com Rickon Stark, o possível ─ torcendo! ─ futuro senhor do norte. Daí Davos, o personagem da razão e honra que sobrou, ganha a importante missão de ir atrás do jovem Stark. Esse foi um dos melhores desfechos particulares do livro.

Jon Snow. Pra mim era um personagem bacana. Daí virou meu preferido durante esta Dança terrível. Simples: já no primeiro capitulo do rapaz, agora líder da Patrulha da Noite, o bastardo toma uma atitude cruel com o estupido Janos Slynt, algo que, acredito, todo fã deve ter vibrado ao ler. Dali já era possível entender que Jon seria um dos mais importantes, liderando a Patrulha com sabedoria louvável e aturando Stannis e tentando paz com o Povo Livre e arranjando tempo para se preocupar com os Outros. Subiu no meu conceito, rilhando com Tyrion no posto de personagem preferido... Daí, no fim ─ e que maldito fim ─, da merda... (Martin, Why? WHY?! T-T)

Tyrion é o cara que num instante você sente dó, noutro, esta dando risada. Trilhou a maior jornada particular até agora, indo de uma ponta a outra no continente do leste, entre boas e más companhias, encontros e desencontros dos mais imprevisíveis e interessantes de acompanhar. E como ele reage? Vive perguntando para onde as putas vão; frase de seu pai, unica pista para encontrar sua esposa prostituta que pode estar viva.

Torço mesmo é por Victarion Greyjoy. Personagem de caráter duro, líder implacável. Sua missão: Achar a Mãe dos Dragões, vulgo Dany, trazê-la para Westeros, dominar o mundo. E como tem consigo um terrível berrante, talvez esteja bem próximo de concluir sua missão. O berrante, segundo dizem, pode dominar dragões...

E por falar em dragão: finalmente, como a capa sugere, um dos bichos que nascera no 1º livro ganhou tamanho respeitável. Aparece em duas cenas, uma mais sublime e outra diante do povo de Meereen, cidade que a Dany tomou pra si. É uma das melhores partes, daquelas que fico a imaginar no seriado da HBO.

Cersei poderia sofrer um pouco mais, e agora que aconteceu o que aconteceu no epilogo do livro, certamente a capital do reino estará mergulhada em caos no próximo livro... Com Varys nas sombras, é totalmente imprevisivel saber o que virá.

O próximo livro. Nele estão dois futuros que urgem: Jaime Lannister e Sansa Stark. O primeiro caiu numa emboscada mal entendida... e a jovem Stark... se tudo der certo, ela será a esperança de todos; todos os leitores, sedentos de justiça nessa Westeros tenebrosa.

Não somente a dimensão da estória crescera; a escrita também alcançou um nível maior. O fato de ter mais personagens implica mais criatividade ao autor no momento de narrar seus capítulos, demanda que Martin responde, sendo vários ao mesmo tempo, jamais parecendo repetitivo pois conhece muito bem cada uma de suas crias. O prologo do livro já me foi bem diferente, com uma descrição ora precisa, ora sublime, que rapidamente prende o leitor.

Enfim, esta Dança é uma das melhores que já dancei. Geralmente, quando vou chegando ao fim de um livro, começo a ler mais depressa, ancioso. Este não. Ao fim, tentei ler devagar, estender o tempo de contato com o livro, qualquer coisa pra mantê-lo no cotidiano (o que estava me matando pois ele pesa muito pra ser carregado por lá e por cá). E agora, como tantos outros, estou fadado a esperar pelo próximo que pode até demorar, eu entendo, mas ─ pelo amor dos Sete ─ não demore tanto!

Nenhum comentário:

Postar um comentário