quarta-feira, 21 de abril de 2021

Judas e o Messias Negro, do Shaka King

O discurso e a morte são os elementos que chamam atenção, que causam o grande desconforto e tornam a obra memorável e com indicações ao Oscar. Mas repare nas cenas do agente do FBI com o Judas — momentos de uma sutileza fantástica! Judas (que, em uma época de intensos debates raciais, desconhece Martin Luther King e Malcolm X) perdeu a dignidade e acredita que ao ajudar o FBI irá recuperar sua honra social e se tornar um sujeito bem-sucedida, de posses. Sua ignorância (ou indiferença?) social lhe impede de perceber o absurdo que o agente diz, ao comparar a Klan com os Panteras. Judas, ao longo de todo o filme, quer apenas escapar. No fim, descobrimos como conseguiu.