domingo, 28 de março de 2021

Your honor, do Peter Moffat

É aquele drama que amarra, as ações sempre gerando consequências e pedindo novas ações. Bryan Cranston revive a aura do Walter White: um pai tentando fazer algo bom com atos errados; mas aqui ele não tem tempo de virar um vilão. Na verdade, os personagens são aparentemente superficiais: depois que x coisa acontece, tudo parece óbvio; mas os meios para os fins são fascinantes, como eles agem e como falam é coisa fina, movimenta a trama, torna um coadjuvante capaz de roubar a cena com muito pouco tempo de tela, e aí você não tem tempo de prever o que vai acontecer por mais óbvio que seja. O fim é canalha, poderia ter acabado um minuto mais cedo ou ter ganho um minuto a mais para desviar a atenção da angustia final. Piora quando você pesquisa e não acha nada sobre uma segunda temporada provisionada. Tomara que volte, hm. Bom show.

sábado, 27 de março de 2021

À exceção daqueles que nada sabem

Ross: Aí de mim, uma pobre pátria! Quase treme, só de pensar em olhar para si mesma. Em vez de nosso berço, terá de ser chamada de nosso túmulo. A ninguém se vê sorrindo, nunca, à exceção daqueles que nada sabem. Soluços e gemidos e gritos dilaceram o ar e uma emoção corriqueira. Quando dobram os sinos por algum finado, dificilmente alguém pergunta quem expirou. E expiram-se as vidas dos homens de bem antes de fenecerem as flores de seus chapéus. Morrem antes de adoecer. 

— No Macbeth, do Shakespeare