sábado, 25 de dezembro de 2021

The last duel, do Ridley Scott

Para um épico do Scott você vai com os olhos preparados para o cinza sobre qualquer outra cor, a luz doente, o sangue dos que tombam; você chega com os ouvidos inclinados para o trovão nas patas dos cavalos em carga e o ressoar assassino do fio das lâminas. Aqui tem isso tudo — você trinca os dentes na escaramuça e fecha o punho a cada lança estourada no escudo inimigo. Mas muito mais impactante que essa violência, muito mais impressionante que um sutil e por isso incrível Matt Damon, é Jodie Comer e o sofrimento de sua personagem, Lady Marguerite. A brutalidade contra ela vem de todos os lados, um cerco que se fecha, sufoca, invoca lágrimas em seu olhar vidrado, lá, diante de todos, abandonada por todos, na companhia de sua própria palavra — que bastou. Um filme difícil, aparentemente medieval... mas com cores no final.

sábado, 18 de dezembro de 2021

A pressa passa — a desgraça fica

Queria algo curto, fácil de narrar e que contasse com poucos personagens e que de preferência com falas breves, dando menos trabalho para os amigos convidados. Dos textos que entraram no meu radar, Nove horas e trinta minutos, do Rubem Fonseca, pareceu a melhor escolha. Um teste, um aquecimento para algo maior. O resultado: