domingo, 24 de junho de 2018

Pausa para pensar alto

Pensando em Westworld.

A memória como garantia: se você não lembra, será que realmente aconteceu? E, quando você lembra, o que isso, esse passado fragmentado, diz a respeito de quem você é hoje? Hoje, repetição, rotina... são formas de dizer quem você é. Identidade. Alguns lutam nobremente para se libertarem dessa tirania (Dolores), outros simplesmente não conseguem deixar de ser quem são (Teddy). Mas eis o fato: se você é programado para fazer algo, para sentir algo, você o faz com intensidade, para o bem ou para o mal. Maeve, por exemplo, abraça a jornada de recuperar sua filha, recuperar o sentimento que lembrou uma vez ter sentido, recuperar sua antiga programação — algo tão real e intenso, esse fragmento do passado, a ponto de mudar seu presente e afetar emocionalmente os que cruzam seu caminho, androide ou humano. 

E, agora nessa segunda temporada, acabaram-se as repetições, é uma vida, uma chance, e ponto final — o fim da rotina, o caos das identidades, o oceano das novas oportunidades.

Mas, talvez — como Ford disse na primeira temporada —, eles estão vivendo livres, porém ainda sob o domínio dele, o criador imortal.

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