sexta-feira, 9 de junho de 2017

Na verdade querida, estou me sentindo muito morto

Oi.

O quê? Surpresa em me ver de pé? É, também fiquei... 

Estou me sentindo estranho, querida. Um tanto quanto diferente... meio frio, sabe? Por que fez aquilo comigo, hm? Eu não tenho outra, você é e sempre será a única mulher da minha vida! Não precisava me esfaquear daquele jeito. 

Mas calma, estou bem agora. Só um pouco pálido. 

Opa, não corra! Deixe-me trancar a porta. Vou ficar com a chave, só enquanto conversamos, ok? Isso, vá para o canto. Fique à vontade, até que esse porão está bem limpo. Por que me arrastou até aqui, hm? Esperava me esconder? Por quanto tempo? Hm?

Calma, por que está gritando?! Só fiz uma pergunta! E eu te perdoo, sério mesmo. Mas temos de dar um jeito nesse seu ciúme. 

Agora me dê um sorriso. Por favor. 

Não, não. Não chore. Não gosto de vê-la chorar. Vem cá, vamos, um abraço. 

Mas por que corre de mim, mulher?

Acho que é porque você não consegue entender o que está acontecendo, né? Mas juro que estou me sentindo bem. Juro. 

Anda, vem cá. 

Isso, me abrace com força. Pode chorar no meu peito. Sim, eu te perdoo, já disse que te perdoo. Foi um momento de descontrole, eu sei, você não queria me matar. Shh, já passou, já passou. Estamos juntos agora. Vamos ficar juntos para sempre. É, querida, vamos sim. Deixe-me abraçá-la de volta, com força, bastante força, sufocante. Shh, shh, não lute, só vai atrasar as coisas, pois eu não vou te largar até que sinta o que eu estou sentindo. Aceite. Logo vai acabar. E acho que você não terá mais ciúme depois disso. 

E, ah, não se assuste: você só vai ficar um pouco pálida.

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