quarta-feira, 12 de abril de 2017

Coração peludo, de Plínio Camillo

Livro de contos? Essa é a ideia, cada capitulo uma história isolada. Mas pra mim, não sei, foi como ler um romance, pois perdi o sono sem conseguir parar de virar as páginas — até hoje não houve livro que eu lesse mais rápido, em uma única noite. O mais incrível é a disposição pra começar uma segunda rodada agora mesmo! Essas coisas a gente recomenda, não tem jeito. 

Coração peludo é agilidade, é a arte de contar muito com pouco. Não, não pouco — o necessário, sem rodeios. Desconstrói, recria. Usa um repertório milionário de expressões e referências que não tem como não sacar os significados, encaixados com humor, muito humor, humor impossível de negar o riso. E o que não está exatamente descrito, o autor faz com que você visualize perfeitamente com duas ou três palavras, fácil, como se você estivesse diante de uma pintura.

Coração peludo é a vida de um sujeito meio pilantra, meio herói, em 47 contos. 

E Plínio Camillo, do nada, já é um dos meus escritores favoritos.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Antigamente, era só eu ler um livro que já queria comentar sobre ele. Com o tempo, essa disposição derreteu, tipo manteiga na chapa. Os textos foram ficando repetitivos e cansativos pra mim.

      Hoje, econômico, critérios vários surgem antes de eu comentar um trabalho — e quando acontece, é uma prosa curta, direto ao ponto (é que, também com o tempo, me dei conta que para ser chato, basta falar muito).

      "Coração peludo" entrou para uma casta nobre da minha formação literária (já está influenciando o que escrevo hoje, o que escrevo agora), então eu tinha que recomendar! Plínio, não foi uma gentileza, foi algo natural que tinha que acontecer!

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