quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vikings: mais uma boa série histórica


Já nos primeiros minutos da série, é possível perceber a perícia dos golpes num combate. Lá esta Travis Fimmel, ator que interpreta Ragnar Lothbrok, protagonista da série, em meio um campo de morte. O homem parece ser um guerreiro por natureza, um ator familiarizado com a violência medieval. E com a ajuda das ótimas filmagens temos o seguinte trecho:



Perceba: a velocidade dos golpes, o cruzado de esquerda até a chegada da terrível estocada que acabou com o inimigo. O colega lança um novo machado, pois o antigo perdeu a cabeça de ferro. Então, mais atento para não perder a nova arma do mesmo jeito contra o próximo oponente, Ragnar não defende o peso dos golpes. Prefere evitar a espada inimiga desviando a lâmina de lado até o momento em que aproveitou uma abertura e disparou um golpe na horizontal, derrubando o adversário e logo depois o desarmando.

Perfeita essa cena, perfeita ao cubo. 1 minuto que convence o telespectador que Vikings deve ser, no mínimo, uma boa série (ao menos se tratando de filmagens e cenas de pancadaria). No mesmo vídeo, depois da intro, você já pode ter uma noção das caracterizações dos autores, fiel a imagem do povo viking: barbas hirsutas com anéis pendurados, braceletes nos braços (coisa que, geralmente, demonstrava a riqueza do guerreiro), pouca armadura (pois, além da carência de bom ferro para fazer armaduras, eles viajam de navio, e, vai por mim, ninguém quer cair na água trajando uma armadura pesada), a principio uma organização de batalha, mas depois a loucura, a carnificina; “sem prisioneiros!”, alguém poderia ter gritado.

Outra cena igualmente perfeita é quando estão invadindo as propriedades de Ragnar, que tinha ido caçar e voltou correndo ao ouvir os gritos. Uma flechada no pulmão. Um salto derrubando o cavaleiro e depois mandando ele para o Valhalla (o salão para onde os guerreiros vão após a morte) com golpes de machado. Alguém grita “queimem tudo!”. Ragnar corre para um inimigo, apara o golpe e lhe acerta o joelho, na sequencia joga o machado num sujeito mais distante ─ outro que foi para o Valhalla. Derruba um próximo homem, derruba outro, e um terceiro lhe acerta a perna; ferimento que lhe custou agilidade, mas mesmo assim ele repeliu o inimigo e um outro que se levantara. E repare, de novo, no cruzado de esquerda. Terrível cruzado de esquerda. Segundos mais tarde, é trespassado, pouco acima do coração, olha para o peito e vê a haste de uma flecha. Mas ainda não era sua hora de ir até o salão dos guerreiros.


Veja como a série não apela para detalhes minuciosos de ferimentos se abrindo e sangue jorrando aos montes ─ tal como Spartacus. E, graças a Odin, não tem slow motion nas tretas. É tudo rápido, poucos minutos. Nota 10 de 10 para as cenas de luta.

Há também aquela cena dramática. Da mulher que deseja ter um filho e se humilha perante os deuses fazendo do seu pedido sua razão de vida, até o velho homem que deseja morrer em batalha, deseja ir numa aventura, independente de sua idade, combater novamente, honrar Odin com a força dos seus golpes e, com sorte, no fim do dia, morrer como guerreiro e não como um velho em sua cama. Pois para aquele povo havia glória na morte guerreira. Era o melhor fim que um homem poderia sonhar em ter.

O telespectador capta a cultura do povo a todo tempo, desde um funeral viking até um sacrifício feito aos deuses. O período histórico é lá nas bordas do século 6, de quando os nórdicos descobrem a Inglaterra dos saxões, e passam a fazer saques em vilas costeiras. Foram 9 episódios que mostram esse período bem por cima, pois há um interesse maior na trama entre os personagens. Mais 10 episódios já foram prometidos para o ano que vem, na 2ª temporada.

Bela série histórica. Recomendo.


5 comentários:

  1. Muito bom! Preciso assistir esta série. Sabes onde posso encontrá-la, nobre bardo?

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    1. Geralmente eu pego daqui: http://morrison-morrisontv.blogspot.pt/2013/03/vikings-2013-hdtv-c-legenda.html

      Mas caso você não use Torrent, tem esse outro espaço que também é bom: http://baixarseriados.net/2013/03/vikings/

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  2. O detalhe ao realismo nesta série é estupendo, sentimos mesmo que voltamos atrás no tempo. São os costumes, as crenças, as batalhas. No entanto não estou a apreciar da mesma maneira a segunda temporada (vi só o 1º episódio). A atenção ao realismo deu lugar ao dramatismo forçado.
    Um detalhe só: não tenho a certeza se no primeiro video são Saxões, combatem nas terras a leste. O encontro entre Vikings e Saxões dá-se em Inglaterra.

    BLOGUE: http://pensamento-indescoberto.blogspot.pt/

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    1. Verdade. Acho que quando assisti o episódio e escrevi aqui, pensei ser um flashforward, os personagens já na terra dos Saxões num combate futuro. Após isso, a narração contaria como chegaram àquela luta. Mas não era bem isso. Valeu o aviso. Detalhe corrigido.

      Ainda não comecei a 2ª temporada (estou esperando acumular episódios, pra ver tudo de uma vez), e até o final da 1ª eu tinha achado meio meloso: mal justificado a parte em que Ragnar quer um outro filho com outra mulher, como se o jovem Bjorn não bastasse. Simplesmente não consegui entender o ponto de vista do personagem. Falta de clareza da série ou má interpretação minha, não sei. Mas enfim, vamos ver o que acontece de bom nessa nova saga!

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