domingo, 20 de janeiro de 2013

Django Livre...

Algo que há muito não acontecia: eu assistir um filme, e imediatamente querer revê-lo. Lembro de ter passado por esse estado alucinado apenas quando conferi Clube da Luta, e agora a doença se repete. Pois Django Livre é perfeito, por falta de um título mais épico.

Ajuda, claro, o fato de eu ser fã do diretor, um sujeito que atende por Quentin Tarantino. Ele costuma adicionar em seus filmes alguns closes cômicos (de quando a câmera vai bem na cara do ator e este levanta uma sobrancelha, entorta a boca, ou faz outra pantomima que expressa muito bem a intenção ou até mesmo pensamentos dos personagens), diálogos imprevisíveis (o que causa a impressão de que os atores não estão atuando, como se não houvesse uma câmera ali; isso faz parecer uma discussão natural), muita violência verbal e física (só nos Kill Bill foram usados por volta de 450 litros de sangue falso, e a palavra “fuck” foi dita 265 vezes no Pulp Fiction) e uma boa sequencia de filmagens, às vezes não linear (vai para o futuro ou passado e depois volta ao presente, ou não). E Django tem um bocado de todas essas características.

DiCaprio disse que o seu personagem ─ Calvin, um senhor de escravos ─ certamente foi o papel mais “terrível” que fizera em sua carreira. E fizera muito bem, bem mesmo. Jamie Foxx, idem. Não lembro de ter visto um filme do Foxx e me arrepender. O Solista, Ray, Miami Vice, Código de Conduta e mais uns dois. E agora Django. Brilhante atuação.

Tarantino quis economizar dinheiro com a trilha sonora. Ao invés de contratar quem faça toda a composição, o gênio olhou na estante de casa e viu uma série de vinis empoeirados pelo tempo, soprou as relíquias e mandou bala no toca discos. Resultado: “pronto, tenho aqui minha trilha sonora”. Uma ou outra coisa teve de ser rearranjada (tem hora que surge um hip-hop), mas o grosso da trilha sonora de Django Livre teve origem de vinis. Daí a acústica, que dá a impressão de que tem algo de errado com a trilha (em questões de qualidade) e ao mesmo tempo a impressão de encaixe natural com os cenários do filme.

Grande destaque para a atmosfera escravagista da época, muito bem explorada no filme. Pois não temos somente um personagem em busca de seus objetivos. Temos História também.

Show de filme. Nem ouso comentar sobre o início, meio e fim. Não tenho palavras boas o suficiente para isso. Apenas digo que há uma boa crítica a respeito do roteiro de Django Livre: ganhou Globo de Ouro. E quem sabe, muito em breve, leve algum Oscar pra casa. Algum? Tsc, estou sendo modesto, é óbvio.

3 comentários:

  1. Hahaha, Odin, vamos assistir hoje mesmo... bacana a crítica, Torinks! Pelo jeito você gostou do filme mesmo, estou mais animada ainda para assistir!

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  2. Estou ponderando muito encima dessa afirmação: pra mim, melhor que Bastardos Inglórios e ─ veja bem, estou decidindo ainda ─ Pulp Fiction. Ou talvez seja besteira minha ficar comparando os filmes do Tarantino. Mas Django realmente me impressionou.

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