domingo, 3 de junho de 2012

Person Of Interest: um Minority Report modesto

Person Of Interest é uma série nova, que chegou ao fim da 1ª temporada semanas atrás. Foram 23 episódios no estilo investigativo, com uma história nova a cada episódio. E para não perder o costume: a dita cuja tem como produtor ninguém menos que J.J. Abrams. Já o elenco conta com Michael Emerson (o Benjamim Linus da série Lost) que aqui é um perito da informática, chamado Harold Finch. O outro personagem principal é o ex-agente militar John Reese, interpretado por Jim Caviezel (ator que fez Jesus Cristo no longa do Gibson).

Após o atentado terrorista das duas torres, o governo dos EUA investiu em uma tecnologia que monitora tudo e todos, dentro do território, através de gravações de vídeo e áudio. Trata-se de uma máquina (que nem tem um nome especifico) absurdamente inteligente e onipresente. Isto é, a simples câmera de segurança que um civil comum tem na porta de sua casa tem suas imagens filtradas por essa máquina onisciente. Ela trabalha sozinha, ao que tudo indica, sem precisar de manutenção humana.

O propósito deste alto monitoramento é conseguir detectar intenções terroristas. A máquina, ao estar sempre monitorando tudo e todos, consegue deduzir intenções terroristas e alerta o governo para que estes possam impedir o ato antes mesmo de acontecer (algo que lembra vagamente a tecnologia do filme Minority Report). A forma como a máquina indica uma pessoa é através do nº de CPF. Com isso o governo encontra o sujeito indicado e passa a dar maior atenção a ele a ponto de impedir seja-lá-o-que-for que ele venha a fazer contra o país. Agora, a forma como a máquina se comunica com o governo é um mistério não resolvido nesta 1ª temporada...

Na teoria estava tudo muito belo. Mas na pratica algo deu errado, ou, muito certo. Pois a máquina passou a detectar não somente intenções terroristas, mas também qualquer tipo de hostilidade que leve a um assassinato, entre civis comuns. Logo, a máquina passou a despejar muitas ocorrências, indicando casos de “crimes rotineiros”, que vão de um marido assassinar a mulher por traição à um plano de bandidos executarem algum rival.

O governo rapidamente decidiu que esses casos menores eram pouco influentes na segurança do Estado. Resolveram descartá-los, focando no mais importante, que era a segurança geral do país.

E é a partir daqui que começamos a série.

Finch, o principal criador da máquina-deus, assumiu a responsabilidade de cuidar dos casos menores. Então (de forma misteriosa) ele obtém um nº de CPF, descobre quem é a pessoa, investiga seu cotidiano e descobre seu envolvimento com algum crime. No entanto o trabalho de Finch é duplamente complicado, pois a máquina não aponta se a pessoa indicada será vitima ou o ativo do crime. Então, rapidamente a série prega que, até o último momento, todos são suspeitos. Fato, onde ao fim dos episódios, o telespectador é quase sempre surpreendido com aquele personagem que parecia vitima e se revela o oposto.

Para lhe auxiliar, Finch precisava de alguém perito nas artes militares. Alguém que estivesse morto para a sociedade. Um ex-agente militar. Então somos apresentados a John Reese, que é um sujeito muito super, raramente perdendo uma briga e nunca errando um tiro. É aquele típico protagonista apelão, dotado de mil técnicas especiais, cada uma própria para a situação do momento.

Na minha visão Person Of Interest é uma série razoável. Se torna cansativa em muitos pontos, mas de repente da um salto monstro de qualidade, quando, por exemplo, deixa um personagem importante em risco de vida. Destaque para os flashbacks, que contam, de forma bem fragmentada, o intrigante passado de cada um. Além, a série teve um dos melhores desfechos que já vi, uma deixa monstruosa para a futura continuação (ao menos espero que renovem...).

A série é boa em mostrar cenários curiosos do país, como o poderio de máfias, a corrupção na policia e a autodefesa destrutiva do governo, que elimina quem sabe demais. E essa última característica somada ao sistema de monitoramento secreto, deve conseguir atrair quem é pirado em uma teoria de conspiração. Conta também com uma boa bagagem de linguagem tecnológica; há episódios que são verdadeiras aulas de rastreamento e, ao mesmo tempo, critica irônica às redes sociais, que facilitam imensamente o trabalho de um hacker e/ou golpista...

Ou seja: Vale a pena conferir.

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