sexta-feira, 15 de junho de 2012

Jorn Lande: novo disco do norueguês que se espelha em Coverdale e bebe de Ronnie James

“A voz do metal”. É como tenho me referido ao senhor Lande, nos últimos meses. Fã declarado do David Coverdale, Jorn começou na música fazendo covers do Whitesnake, com um enriquecido timbre de voz semelhante ao seu ídolo. Mais tarde ampliou suas técnicas ao incorporar uma pegada ala Ronnie James Dio, como por exemplo, a música “Spirit Black”, do álbum de mesmo nome lançado em 2009, que lembra a “Master Of The Moon” do Dio. E foi mais ou menos a partir daí que Jorn saltou para o reconhecimento mundial.

Minto. Jorn Lande saltou para o reconhecimento porque, como tantos outros talentos, explorou sua voz em inúmeros projetos musicais. Cantou “Heroin” para o Pushking. Duelou com Amanda Somerville em “Scream It”, no projeto Trillium. Sem contar o estrago magistral que ele fez no Ayreon e que ainda faz no Avantasia, ambos projetos em que foi convidado. É também o comandante do power metal da banda Masterplan. E, como se tudo isso não fosse suficiente, Jorn tem o projeto Allen Lande, onde divide sua gloria com o monstro Russell Allen, que é seu adversário direto para o posto de “melhor vocalista de metal na atualidade”. Na minha visão, é claro.

Compulsivo, Jorn não parou para respirar, “dane-se que já lancei álbum ao vivo em 2011, eu quero mais!”, deve ter pensado, em meio as turnês com sua banda e com o Avantasia. No tempo livre, correu pro estúdio, chamou seus camaradas e começou a produzir. No meio do semestre já tinha até a arte de capa, com a ilustração bacana do mascote corvo. Pouco depois já era possível conferir os pesados riffs do guitar Tore Moren, no vídeo da faixa titulo.

Finalmente, ouvindo o disco, temos uma introdução rápida com “My Road” dando passagem para a faixa titulo já conhecida. Depois a coisa começa a ficar séria. Vinhetas de espadas sendo amoladas abrem “A Thousand Cuts”, com seus sete minutos de destaque instrumental, dona de um dos melhores solos do disco. Por falar em vinheta: alguém soa um gongo ao entrar “Chains Around You”, depois entram as guitarras, os versos, e enfim o melhor refrão do disco. Agora, se ouvinte quer algo com que possa cantar junto, sem medo e com muita fúria, temos “Ride To The Guns”, rápida, nervosa, metal. Em contra peso, “Black Morning” quebra a atmosfera com seu andamento de violão sereno.

Covers não poderiam faltar no repertório: Jorn resgatou “Ride Like The Wind”, um sucesso do Christopher Cross (que também ganhou uma versão da banda Saxon, com direito a vídeo). E também tem “Time To Be King” do Masterplan, ou seja, da outra banda do Jorn, ou seja, uma versão da música com uma banda diferente; e é realmente só isso que muda, o instrumental: no Masterplan, “Time To Be King” tem pegada mais épica, com lances sinfônicos, ao passo que neste disco o som da faixa ficou mais bruto, com destaque para o solo de guitarra que dança de um lado ao outro nas caixas de som estéreo.

Notou? Nem falei do desempenho do Jorn! Pois seria garoar num dilúvio. Seu timbre anormal e suas técnicas grudentas dispensam comentários.

O ótimo Bring Heavy Rock To The Land é uma pedrada no ouvido. Depois do choque, o impacto fica ressonando por um longo tempo dentro da cabeça, deixando sequelas. 


Repertório: 1. My Road; 2. Bring Heavy Rock To The Land; 3. A Thousand Cuts;
4. Ride Like The Wing (Christopher Cross cover); 5. Chains Around You; 6. The World I See;
7. Time to Be King (Masterplan cover); 8. Ride to the Guns; 9. Black Morning;
10. I Came to Rock; 11. Live and Let Fly.

4 comentários:

  1. quando eu falo de hard rock o primeiro nome que me vem a cabeça é JORN !!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É isso mesmo. E hora da polemica: vocal melhor não há!

      Excluir
  2. Concordo plenamente! Os 3 maiores do mundo heavy de todos os tempos: Coverdale, Jorn e Dio.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os caras matam a paulada desde a primeira gravação feita, tá louco \m\

      Excluir