terça-feira, 26 de junho de 2012

A 2ª temporada de Game Of Thrones grita: “se querem saber mais, comprem os livros!”

Maldade essa 2ª temporada de Game Of Thrones. Acabou faz um tempo, e quem acompanhava fervorosamente começa a se roer de abstinência, imaginando com desespero: “Volta só dia 3 de abril do ano que vem? O que eu vou fazer até lá!?”. Passei por essa angustia quando conclui a 1ª temporada ano passado. O antídoto foi correr para os livros.

Mas a série não é cruel só por causa do tempo. Há uma vilania bem maior nessa continuação: A correria dos episódios. Ou 10 episódios não estão conseguindo preencher a história, ou querer adaptar 600 páginas de uma vez é algo que deve ser repensado. A 1ª temporada correu bem, dando para captar as personalidades mais importantes do cenário. Mas agora a saga apresenta novos personagens e realça outros pouco apresentados, e a necessidade de explorá-los é gritante, caso contrario seriam como meros coadjuvantes ocupando espaço dos “principais” da 1ª temporada.

Stannis Baratheon, por exemplo. Irmão mais novo do falecido Rei Robert com o qual nutre pouco sentimento, um amor fraternal congelado. O homem recebeu uma carta de Ned Stark, quando este descobrira que os filhos do Rei são ilegítimos. Vem à cena somente agora, movendo-se como Rei, já que o irmão morrera sem deixar herdeiros. Ele, Stannis, é o verdadeiro Rei da coisa toda. Ele é o cara das boas causas, o mais próximo de fazer alguma justiça de verdade.

No entanto, o telespectador não ganha esta visão dele. Antes, o considera mero coadjuvante. Isso porque a série não deixa a entender o que deveria, a respeito de Stannis Baratheon.

Esse é um exemplo, mas quase todos personagens sofreram falta de carinho. Salvaram-se aqueles da primeira leva, já rotulados: Robb, o herói. Cersei, a vilã. Tyrion, o inteligente. São os que certamente renderam mais.

Resumindo a ópera: a rapidez dos acontecimentos, independentes se são comparados com os ocorridos nos livros, deixam um buraco de interação nos personagens. Ao mesmo tempo isso me soou como um apelo nervoso ao antídoto de antes: “se querem saber mais, comprem os livros!”, parecem dizer.

Por outro lado, houve adaptações que caíram muito bem nas cenas; coisa que no livro foi bom, mas na TV ficou melhor. Refiro-me à feiticeira Melisandre, que se entregou ao Stannis numa cena e pariu uma sombra noutra. Bela e sombria, a atriz foi muito além de minhas expectativas, tornando a personagem mais interessante que a Melisandre dos livros. Pena que o mesmo não aconteceu com Asha/Yara, interpretada por uma atriz que pouco vinga o magnetismo da Asha Greyjoy das páginas. Por falar em Greyjoy, Theon foi um grande destaque nessa série, com uma trama individual melhor que Jon e Bran, por exemplo. Mais um ator que fez bonito, dando a entender as principais caracteristicas do personagem: o senso de desespero e o desejo de ser alguém importante. Palmas.

Outra critica vai para a batalha naval, no 9º episódio. Digo, nem se pode chamar “batalha naval”, visto que não aconteceu nada em mar, infelizmente. E a melhor bravata de todas, quando Tyrion, em meio à batalha, grita “dizem que sou meio homem, o que isso faz de vocês?” ante os soldados desmotivados, não teve tanto impacto assim, bem longe da emoção desta mesma cena descrita no livro. Mas dane-se a batalha naval e tudo o mais, pois a série fechou com aquele típico final absurdo, abrindo mais um leque incrível para os telespectadores. Depois dos últimos minutos, é difícil recordar as criticas separadamente; ao fim a expressão que se tem é única: “Pelos sete infernos! Agora a coisa ficou séria!

Agora, há um longo intervalo até a próxima temporada, que seguindo caminho pelo livro 3, irá adaptar os melhores acontecimentos da saga, juntando novos personagens ao todo, e subtraindo alguns... Fã de séries, que ainda não assistiu Game Of Thrones, ira se converter cedo ou tarde. E quem acompanha, mas pretende manter distância dos livros, terá de fazer terapia para vencer a tentação de não ler As Crônicas de Gelo e Fogo. Trata-se de épico contagioso muito bem adaptado. Fantasia medieval com requintes políticos acentuados. Irresistível, somente.

2 comentários:

  1. Ah cara, é meio complicado falar q o Stannis é o rei da bagaça toda ein xD. Mas pelo q fui vendo a série tá bem bacana mesmo, o único problema q vejo é ainda o corte de coisas importantes/legais. Tipo, eu tava doido pra ver o Cão e a Sansa naquela cena em q ela foge do jeito q imaginei na minha cabeça. Ou pior, a mansão dos imortais com a Dany :T. Enfim. Só marcando presença :)

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  2. Hahaha, grande presença companheiro, é de vc que vem varias expressões que uso nesse blog!

    Então, só falei do Stannis como exemplo. Poxa, achei ele bem excluidão. Agora, sobre a Casa dos Imortais, realmente, foi bem enxugada essa parte. Nem falaram as 3 traições que Dany sofreria... Enfim...

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