sábado, 5 de maio de 2012

Death Folk Metal: De um lado guturais, do outro, flauta e violino e gaita de fole

Ano passado eu passei pela experiência de ouvir trabalhos completos de bandas que só conhecia por uma ou outra faixa de sucesso. O resultado de uma audição completa foi absurdo, Unto The Locust do Machine Head, por exemplo, causou um grande impacto na minha rotina musical. Eu finalmente estava conhecendo a banda e me adaptando a um estilo pouco comum em minhas listas.

E o mesmo ocorreu agora, com o Helvetios da banda suíça Eluveitie.

Antes, uma nota particular: Death é um estilo mínino em minhas audições, pois eu pouco admiro os eternos guturais que bandas no estilo utilizam. Os vocais graves e rasgados e monstruosos me agradam quando é apoio (como no Epica e Leaves Eyes), salvo Tomi Joutsen, vocalista do Amorphis, que, no entanto, não utiliza a todo tempo de vocais guturais, e quando o faz, faz de maneira impar. Fora isso, nada de guturais nas minhas listas.

Então eu tive a impressão que Eluveitie seguia nesses primórdios de somente gritos e gritos. Vi o vídeo da faixa Havoc, e confirmei. Dali já desconsiderei a possibilidade de conferir Helvetios. Só que, para minha surpresa, a banda divulgou um segundo vídeo, vulgo A Rose For Epona, o qual rapidamente me hipnotizou. Na dúvida, resolvi conferir o álbum inteiro, “vai que tem mais músicas com essa moça cantando”, pensei.

Mas, uma única audição e eu já estava decepcionado. Ouvi o álbum apressadamente, e deparei com poucas faixas que prenderam minha atenção; poucas são as participações da vocalista... Tempo. Fui ouvir de novo, mas desta vez com o som mais concentrado, através de fones de ouvido. E então, tudo mudou! Finalmente eu descobria a genialidade deste disco.



Em suma, Helvetios é um álbum traiçoeiro para os desacostumados ao estilo. Em um primeiro momento, tudo parece uma série de gritarias com guitarras e bateria fazendo um trabalho repetitivo e pouco atraente. Cuidado. Helvetios deve ser ouvido com calma, cada música deve ser esmiuçada lentamente, só então o ouvinte irá enxergar a beleza oculta dessa extraordinária banda.

O instrumental é fantástico. Pra mim, amante de um bom Folk ala Korpiklaani e Mägo de Oz, Eluveitie sobe no conceito de “bandas Folk que recomendo”. As linhas de guitarra e bateria, em certos pontos, ainda não me soam muito bem, mas a cozinha de instrumentos de característica folk fazem um ótimo cenário de fundo, dominando quase que completamente as faixas, além de serem o fator x para acompanhar o vocalista Chrigel Glanzmann, como visto em Santonian Shores e Meet The Enemy; de um lado gutural, do outro, flauta e violino e gaita de fole.

Não somente. Há outro fator capaz de inclinar o ouvinte: a vocalista, Anna Murphy. Além de A Rose For Epona ela volta em mais uma faixa, em duelo com o Glanzmann, simplesmente a melhor do disco: Alesia. Anna faz também um fundo de voz abençoado na faixa titulo e, de quebra, aposta em uns gritos arrepiantes em alguns instantes do disco.

Fora tudo isso, destaque para Neverland. Nos fones de ouvido, ela faz um baita estrago estéreo.

Por fim, eu não sei como Helvetios foi recebido de forma geral, mas aos meus ouvidos de novato, esse disco já é um dos melhores do ano com seu Death Folk Metal que quebrou minha rotina musical. Recomendo.
Repertório: 1.Prologue / 2.Helvetios / 3.Luxtos / 4.Home / 5.Santonian Shores /
6.Scorched Earth / 7.Meet the Enemy / 8.Neverland / 9.A Rose For Epona / 10.Havoc /
11.The Uprising / 12.Hope / 13.The Siege / 14.Alesia / 15.Tullianum / 16.Uxellodunon / 17. Epilogue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário