sábado, 3 de dezembro de 2011

Adaptações, adaptações e adaptações.

Recentemente fiz uma maratona de personagens de HQ’s adaptados para as telonas. São eles, Jonah Hex, Lanterna Verde, Thor e Capitão America. Filmes que eu pensei em conferir nos cinemas (com única exceção de Jonah Hex), nas respectivas épocas de lançamento, mas não o fiz. E para ao menos ter um gosto próximo de como fora os filmes, eu cai na graça de ler algumas resenhas e relatos. Os resultados, em grande maioria, eram criticas negativas. E enfim chegou minha vez de comentar bem brevemente por aqui.

Só tem um problema na minha avaliação de Lanterna Verde e Jonah Hex: Eu nada sei de ambos personagens. DC Comics é uma linha que eu pouco admiro, pra ser franco. O pouco que sei do Lanterna é graças á um ou outro desenho por ai. Logo, não sei até que ponto o meu julgamento dos filmes foi alterado por essa falta de conhecimento...



Jonah Hex me soou um filme bem comum. Daqueles que da pra assistir em família, sem medo. Época de faroeste onde não há muita coisa a explicar e explorar, o que torna a noção de mundo fácil aos olhos de qualquer um.

Antes do filme eu não conhecia o personagem em questão: Hex, um pistoleiro que teve sua face destruída, e assistiu a morte de sua própria família. Ambos inimigos provocados por um antigo inimigo. Jurou vingança, mas, subitamente, seu algoz morrera antes dele poder se vingar. Logo, se tornou um mercenário, caçador de recompensas; era o único jeito de descarregar sua vingança: matando quem merecia morrer.

De inicio se tem a noção de uma baita produção. Com bons cenários e figurino impecável além daqueles acordes de guitarra fazendo uma tensa e empolgante trilha de fundo. Algumas cenas animadas também ilustram o inicio, diversificando um bocado. E de repente, na primeira cena de tiroteio, você se lembra de imediato que se trata de um filme de herói, pois Hex esquiva de alguns projéteis como se fossem pedras atiradas. Daí, eu já não levei muito a sério o filme.

Seguimos com facilidade na história. Mas quem já conhece o personagem pelas HQ’s deve ter sentido maior facilidade. Alguns buracos de explicação incomodam, sobre os “poderes” do Hex, sobre as bombas "nucleares", sobre a aparição repentina de uns índios. É possível ignorá-los, mas mesmo assim, esses erros são bem notáveis e atrapalharam o meu momento de entretenimento.

Enfim, como filme, Jonah Hex é fácil de entender e agradável. É bem feito, mas o enredo é miserável, e pra alguém maduro vai ser um pouco duro assistir tudo sem criticar. Imagino que a HQ’s tenha um ar um tanto mais cru. Já o filme tornou tudo simples, pra se ver em família... Ao menos, valeu a pena ver a Megan Fox, ponto forte do filme!



Já o Ryan Reynolds me decepcionou como Lanterna Verde. Mas só isso. A atuação deveu, mas em compensação os efeitos (que pra mim foram o principal atrativo) acertaram. Talvez, se adicionassem mais uns 30 minutos de filme, com melhores combates e um pouco mais de testes para o herói, o todo seria bem melhor.

No fim, achei que também ficara um filme simples, mas ao mesmo tempo olhei para Lanterna Verde como uma ótima introdução. Fez o trabalho proposto, apresentou o personagem, o antes e o depois, e pronto. Quase como o primeiro filme do Homem de Ferro. Quase.



Já fui assistir Thor pronto para criticar negativamente. “Não, espera, vamos dar uma chance. Afinal tem o Hopkins nesse filme” pensei, tentando me enganar. No fim conclui que até mesmo o talento dessa lenda ficou ofuscado... Nem se compara com a ótima atuação em um tal de Ritual que teve no inicio do ano...

Acho que o diretor do filme – que eu nem me dei o trabalho de procurar o nome – tem uma quantidade generosa de senso de humor, tanto, que entope o filme de cenas que deveriam ser engraçadas, mas causam reações duvidosas. Acho que ele, o diretor humorista, também num deve gostar muito das HQ’s do Thor. “Vou fazer algo diferente!”, deve ter pensado, triunfante. E conseguiu...

Conversando com um colega, ele disse algo como: “Cara, agora eu entendo. Thor não é um deus. Ele é um alienígena!”. Eu não decifrei se ele falava sério, mas entendi que o filme não prega com ênfase a palavra deus. Por exemplo, acho que não houve menção a Loki como um deus! Por isso não seria estranho pensar neles como simples seres de outro planeta. Segundo o filme.

A pobreza das cenas de combate me deu enjoou. Me lembro de ver o Thor usar uma única vez os poderes do Mjolnir, o que é abominável. Era sempre marretada, previsível. E alguns saltos meio-vôo para dar a impressão de super. Logo vi que eram poucos os investimentos em efeitos. Logo vi que eram poucos os investimentos no personagem. 

Thor é um filme corrido, com a única função de você saber quem é o sujeito a tempo, pois logo mais teremos Os Vingadores, e todo mundo precisa ter conhecimento, mesmo que de forma errada, de quem é o loiro de martelo. Resultado: “dane-se o personagem e o mundo dele, vamos gravar logo essa merda.”

Poderia dar maiores detalhes, de como não fazer um filme, pois como adaptação eu já excomunguei mesmo. Mas ai não vai sobrar espaço no post para o Capitão.



E pra minha surpresa Chris Evans fez um bom Steve Rogers!

Depois de ver Thor, automaticamente eu já esperava pouco do próximo passo da Marvel. Capitão America pra mim seria uma facada. Mas, não foi tão ruim assim. A atuação foi suficiente, ao meu ver.

Aqui o personagem foi tratado com mais atenção. A época, os acontecimentos, os efeitos especiais, tudo isso ficou para 3º plano. O importante mesmo era explicar quem era e quem passou a ser Steve Rogers. No entanto, ao terminar o filme, me surgiu um gosto estranho, mesmo já conhecendo o personagem. Ao fim, pareceu surgir uma questão: “Mas quem é o Capitão América mesmo?” como se faltasse alguma coisa a ser acrescentada.

Sabe aquele sentimento de vazio, de falta de explicações que eu senti ao ver Jonah Hex? Então, notei que a mesma coisa aconteceu com um ou outro amigo meu. Amigos que não conhecem tanto o personagem. O que significa, talvez, que o longa foi mais direcionado para os fãs, tentando ao máximo não criar novas coisas, como fora em Thor.

E, como fora em Thor, os investimentos nas cenas de combate também galgaram a simplicidade. Senti falta de um perigo maior. De uma cena que coloque o herói em cheque, mental e físico. Na verdade isso faltou em todas essas 4 adaptações...

Ah, e destaque para o uniforme. No lugar de um colante ridículo, fizeram uma roupa acolchoada que não acrescenta muita massa ao ator.

Finalmente, a DC começa a entrar com força no cinema. Saindo um pouco da saia do Batman. Começa em um nível razoável até, que deve melhorar.

Já a Marvel parece tão alucinada com futuros filmes que nem se preocupa em elaborar uma apresentação digna dos personagens. Parecem tentar um meio termo em fazer um filme leal e que seja ao mesmo tempo universal. O que parece não dar muito certo; ou é uma adaptação leal, ou um filme pra família! 

Já que correram tanto pra abrir espaço para Os Vingadores, vejamos, ano que vem, como vai ser a coisa... Eu estou pensando seriamente em economizar meu dinheiro, como fiz esse ano.

3 comentários:

  1. Concordo plenamente contigo, nobre escaldo.

    O ator escolhido para interpretar Hal Jordan ficou ridículo no papel. Capitão América, apesar de excelente, poderia mesmo ter explicado melhor os poderes e habilidades de Steve Rogers.

    Quanto a Thor... bem, se fosse todo feito em papel ao menos poderíamos usá-lo para forrar gaiolas de pássaros ou como papel higiênico...

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  2. Gostei das críticas, Torinks! O filme de Thor foi um dos poucos que já me fizeram ficar com muita, muita raiva de ir ao cinema. Senti muito incômodo e vergonha alheia. Como você disse, o diretor deve ter muito senso de humor, não que seja bom nisso. Até hoje não entendo o motivo deste filme ter ganhado tanta aprovação e críticas positivas.
    Já de Capitão América eu gostei. Acho que a atuação de Chris Evans ficou bem melhor do que eu esperava, e o filme pode ter suas falhas mas ficou bem mais bacana que Thor. Mas realmente concordo que a Marvel parece estar alucinada com seus lançamentos e de certa forma convencida com os números de bilheteria e aprovação do público em geral. Os outros dois eu não conferi, exatamente por não acreditar que Ryan Reynolds fosse ficar legal no papel, e Jonah Hex, bem, eu não gostei do trailer e não simpatizo com Megan Fox.

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  3. Opa, obrigado.

    Hahaha, realmente, acho que Thor foi a pior adaptação da Marvel (Apesar de The Punisher: War Zone ser forte concorrente). Bom, no fim são 4 filmes que eu não voltaria a assistir...

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