segunda-feira, 13 de junho de 2011

Rhapsody Of Fire – From Chaos To Eternity

“É o fim de uma era.”

“Esse lançamento histórico encerra definitivamente as sagas do Rhapsody após 15 anos de letras fantasiosas e será a última vez que ouviremos Sir Christopher Lee narrando em um de nossos álbuns os últimos eventos dramáticos de um conto lendário iniciado em 1997 e contado através de duas diferentes sagas e 10 álbuns”.

Este relato foi feito pela banda na data em que eles anunciaram o mais novo álbum, From Chaos To Eternity, anunciando então o fim das crônicas Algalord nas músicas do grupo.

Rhapsody Of Fire é uma banda italiana de Power e Symphonic Metal, sendo o melhor exemplo, na minha opinião, de como se faz um Metal Sinfônico. Essa é uma banda diferenciada; uma banda que narra estórias épicas em canções bem elaboradas, de músicos de ponta. Músicos estes que parecem ter nascidos para este tipo de música, parecem unicamente feitos para o Rhapsody Of Fire! (É interessante acompanhar as carreiras solos de cada membro, e ver que é difícil eles repitirem o bom desempenho deixado nas canções do Rhapsody.) Luca Turilli é o nome do cabeça por trás de tudo; além de ser o principal compositor da banda ele é o ótimo guitarrista que preenche as canções com muito talento; esse é o meu guitar preferido, depois de Timo Tolkki.

No ano passado a banda lançou o álbum The Frozen Tears Of Angels junto com o “álbum bônus” The Cold Embrace Of Fear. E ainda em 2010 a banda anunciou um novo lançamento para este ano. E eu não posso negar que fiquei preocupado, imaginando se não seria melhor eles darem um maior tempo às composições para não correrem o risco de criar um repertório repetitivo e fraco (como foi o caso do Poisonblack...).

Pois digo com alívio que isso não ocorreu. From Chaos To Eternity é sim bem semelhante ao seu antecessor, mas consegue surpreender um fã veterano, como se fosse o primeiro lançamento de uma banda. Alias, é surpreendente como cada álbum do grupo (10 no total, contando com o bônus) é bem distinto; é difícil encontrar semelhanças nas letras e sinfonias; de fato, como em uma estória épica onde cada novo capitulo renova o todo. E este álbum terminou de provar a inspiração ilimitada da banda.

Uma curiosidade que atentei do ano passado pra cá foi no tempo de gravação do novo álbum. The Frozen Tears Of Angels foi lançado no fim de abril, e a partir da data a banda entrou em turnê pelo mundo e no segundo semestre o vocalista Fabio Lione se juntou à banda Kamelot, como vocalista de apoio na turnê que eles também faziam. Não tenho certeza mas ambas turnês ainda estão em andamento. Logo, me perguntei “quando foi que a banda conseguiu parar para gravar novas músicas? Estando com a agenda cheia de shows e com o vocalista 'emprestado'”. O que me faz pensar que essas músicas já estavam, em grande maioria, prontas antes mesmo deles saírem em turnê. Bom, curiosidades à parte, vamos, finalmente, ao metal:

Como de costume, uma narrativa é usada como introdução, abrindo o novo episodio da saga. “Ad Infinitum” é o nome, e o ilustre Christopher Lee empresta mais uma vez sua voz que é bem seguida de coros já emendando com a faixa título, rápida e com um refrão poderoso, com os coros ainda bem presentes, elevando o clima épico; uma das melhores do álbum, boa escolha para abri-lo.

É interessante ver as alternadas de ritmo em “Ghosts Of Forgotten Worlds”, com grande interpretação do Lione, e guitarra virtuosamente ativa. “Anima Perduta” é aquela tipica música presente em todos os álbuns: profunda como uma opera, cantada em italiano, um grande elemento que diferencia um bocado. Outro elemento que a banda passou a usar foi alguns guturais rasgados como bem visto na single “Aeons Of Raging Darkness”.

“I Belong To The Stars“ foi a que mais me agradou; seus coros são simplesmente inspiradores, e Lione não fica atrás dos recursos que a banda usa; suas camadas de vozes exploram ao máximo os limites de 5 minutos de canção: A música traí a percepção de tempo; parece até mais longa do que realmente é!

E por falar em “explorar”: Quase 20 minutos de perfeita “trilha sonora” com “Heroes of the Waterfalls' Kingdom”, a última faixa do disco. Diferentes narrações e diálogos, primeiros parte em italiano, e, novamente, coros potentes em refrões empolgantes, principalmente nos instantes finais. Um exemplo de como encerrar um álbum épico!

O instrumental deste trabalho não deve surpreender muito um velho ouvinte. Assim como em seu antecessor, From Chaos To Eternity trabalha muito mais com sintetizadores, deixando de lado timbres clássicos que são bem mais presentes nos primeiros álbuns da banda. Neste, o que chama mais atenção são os coros que estão mais presentes do que nuca, e a ótima performance do vocalista.

From Chaos To Eternity é um grande álbum, assim como todos do Rhapsody Of Fire. Não o considero um dos 3 melhores feitos pela banda, mas sem dúvida é um encerramento perfeito e digno da magnifica saga construida até então.

Track-List
1. Ad Infinitum
2. From Chaos to Eternity
3. Tempesta Di Fuoco
4. Ghosts of Forgotten Worlds
5. Anima Perduta
6. Aeons of Raging Darkness
7. I Belong to the Stars
8. Tornado
9. Heroes of the Waterfalls' Kingdom
I. Lo Spirito Della Foresta
II. Realm Of Sacred Waterfalls
III. Thanor's Awakening
IV. Northern Skies Enflamed
V. The Splendour Of Angels' Glory (A Final Revelation)





Já esta mais que escalado para acompanhar minhas próximas sessões de RPG! Altamente recomendado, como trilha para o seu jogo e como um excelente álbum de metal.

3 comentários:

  1. Lágrimas, lágrimas, lágrimas! Eu achei que Rhapsody ia apenas encerrar sua história em Algalord, e não que a banda ia acabar....

    Estou em luto pelo fim de minha banda favorita...

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  2. Lágrimas minhas, de vergonha, pois, pouco depois de postar isso aqui e atualiazar-me com algumas informações, descobri que talvez minha fonte esteja enganada...

    Postagem editada em alguns pontos onde afirmo o fim da banda, ao menos até eu ter informações verdadeiras...

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  3. Deveras... Ao que parece, este é o último trabalho destes poderosos bardos nas paragens de Algalord. O que é uma pena, mas creio que ainda teremos vários outros trabalhos desta que é uma das melhores bandas de metal desta era. Só espero sinceramente que eles não sigam o mesmo caminho trilhado pelos bardos de Hammerfall...

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