quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Homem do Castelo Alto

“Época: inicio da década de 1960. Negros são escravos. Judeus – os poucos que ainda existem – se encontram sob identidades falsas para não serem completamente exterminados. A África é um continente morto. Os Estados Unidos praticamente não existem mais. O mundo vive sob dominio da Alemanha e do Japão.

Que ninguém se espante com esse panorama: afinal, os nazistas ganharam a Segunda Guerra Mundial.

Com este romance perturbador e surpreendente, vencedor do Hugo Award, Philip K. Dick consagrou-se como um dos principais escritores de ficção cientifica do século 20, justamente por ter conseguido transpor as barreiras que insistiam em separar esse gênero literário da Literatura com “L” maiúsculo.

Em O Homem do Castelo Alto, Dick oferece uma visão assustadora da história. E, antecipando filmes e seriados de sucesso, como Matrix e Lost, levanta a grande questão:

'O que é a realidade, afinal?'”


Por ser grande fã das duas superproduções citadas, e de histórias do tipo, – onde é posto em questão a realidade e suas possibilidades – fui tentado a adquirir tal obra literária. Além do mais, o cenário dos avessos é curioso: um mundo onde os nazistas ganharam a Guerra, um mundo de “como seria se...?”

A narrativa vai com um punhado de personagens, uns mais destacáveis e presentes e outros com participações bem breves; com suas posições sociais e personalidades bem distintas. Mas todos (ou quase todos) possuem uma semelhança realmente perturbadora: O Oráculo. Um tipo de livro milenar de origem chinesa (também chamado de I Ching – O livro das mutações), que responde à perguntas com frases únicas e sábias, presumindo azar e sorte. No caso, a maioria dos personagens consultam O Oráculo durante o romance, encontrando nele uma possível resposta para o destino que virá.

Mais doido que O Oráculo é a existência de um livro clandestino que conta a história de um mundo onde Hitler está morto, onde o Eixo perdeu. É o livro dentro do livro contando a nossa realidade, que é lida com espanto, causando reflexão nos personagens de "como seria se...?", a mesma auto questão que inspira a leitura para nós, aqui, nessa realidade.

Louco. 

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